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Política

Cidades que entraram em consórcio da vacina representam 63% da população de MS

Com isso, três em cada cinco habitantes do Estado poderian ser imunizados por doses fora do plano nacional

Nyelder Rodrigues | 08/03/2021 17:01
Policial guarda caixas térmicas com doses que tiveram o interior como destino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Policial guarda caixas térmicas com doses que tiveram o interior como destino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Nem mesmo a recomendação da CNM (Confederação Nacional de Municípios) e da Assomasul (Associação de Prefeitos de Mato Grosso do Sul) barrou a adesão de 30 das 79 cidades cidades sul-mato-grossenses. Analisando desse viés, a maioria preferiu não participar do grupo, contudo, populacionalmente, essas cidades interessadas são maioria no quesito população.

Na lista nacional, são 1.703 de 5.568 municípios brasileiros interessados em comprar em conjunto e sem passar pela distribuição federal do PNI (Plano Nacional de Imunização) para poderem o mais breve possível vacinar suas respectivas populações.

Entre essas cidades, estão algumas das maiorias do país, casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, entre tantas outras com grande quantitativo habitacional.

No caso de Mato Grosso do Sul, as 30 cidades que aderiram correspondem a 63% dos 2,8 milhões de habitantes que aqui vivem - ou seja, 1,7 milhão de pessoas. Na lista, constam Campo Grande (906 mil habitantes), Dourados (225 mil), Três Lagoas (123 mil), Sidrolândia (59 mil), Naviraí (55 mil), Maracaju (48 mil) e Paranaíba (42 mil).

Completam a relação ainda Coxim, Jardim, Aparecida do Taboado, Ribas do Rio Pardo, Nova Alvorada do sul, Cassilândia, Costa Rica, Iguatemi, Água Clara, Camapuã, Deodápolis, Tacuru, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Caracol, Vicentina, Corguinho, Douradina, Alcinópolis, Rochedo, Jateí e Figueirão.

Imbróglio - Na quinta-feira (4), a Assomasul emitiu nota técnica recomendando que os prefeitos de Mato Grosso do Sul não aderissem ao consórcio encabeçado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos) e que busca alternativas de vacinação além do Ministério da Saúde - que se reuniu com a CNM e chegou a um acordo.

No caso, o líder da CNM resolveu esperar a distribuição dos imunizantes feito pelo Governo Federal, o que pode ocorrer apenas em junho. Também chamou a atenção na situação que um dos líderes do movimento anti-consórcio é o prefeito de Nioaque, Valdir Junior, que já se imunizou, mesmo que irregularmente.

Valdir, que é dentista, foi o primeiro 'fura-fila' do Estado, sendo ao lado de seu secretário de Saúde - que também passou à frente dos demais de forma irregular - investigado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Contudo, a punição definidas para os dois foi apenas uma multa de R$ 28 mil e uma nota pública nas redes sociais admitindo o erro e se desculpando com a população. Semanas depois do ocorrido, Valdir foi eleito presidente da Assomasul - esse também é seu primeiro mandato à frente da prefeitura de Nioaque.

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