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Política

MS já tem 19 cidades em consórcio de vacinas, apesar de 'veto' de lideranças

Enquanto a frente nacional viabiliza compra por conta própria, CNP e Assomassul preferem espera Pazuello

Nyelder Rodrigues | 04/03/2021 20:08
Assomasul, entidade filiada à CNM, emitiu recomendação para que prefeituras não façam adesão ao consórcio encabeçado pela Frente Nacional (Foto: Ascom/Arquivo)
Assomasul, entidade filiada à CNM, emitiu recomendação para que prefeituras não façam adesão ao consórcio encabeçado pela Frente Nacional (Foto: Ascom/Arquivo)

Se a montanha não vai até Maomé, Maomé vai até montanha. Ditado popular que tem o profeta islâmico como protagonista pode bem ilustrar o movimento de prefeitos de todo o Brasil em busca de uma vacina para que possam proteger a população de seus municípios e retornar às atividades normais, movimentando a economia.

Em Mato Grosso do Sul, até o fim dessa tarde de quinta-feira (4), 19 cidades já estavam na lista de pretendentes para integrar o consórcio encabeçado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos). Quando a lista teve início, há dois dias, haviam oito cidades.

Uma das primeiras a entrar foi Campo Grande, com mais de 900 mil habitantes e principal centro urbano sul-mato-grossense. Três Lagoas, Paranaíba, Ribas Ribas do Rio Pardo, Selvíria, Vicentina, Rochedo e Figueirão completavam a lista inicial.

Agora, outras 11 cidades se juntam as oito anteriores. Das que possuem mais de 100 mil habitantes, apenas Corumbá não aparece na relação da FNP. Dourados, Sidrolândia, Maracaju, Jardim, Aparecida do Taboado, Nova Alvorada do Sul, Água Clara, Camapuã, Santa Rita do Pardo, Corguinho e Jateí fecham os 19 municípios.

Em geral, o movimento é incentivado pela demora na distribuição de vacinas pelo Governo Federal, que chegou a criar o PNI (Plano Nacional de Imunização), mas vem pecando pela lentidão na aquisição dos imunizantes e de insumos.

"Aderimos ao consórcio para ampliar e agilizar a imunização da população, e o propósito de reunir esforços em uma ação colaborativa para enfrentar o enorme desafio da pandemia", explica José Paulo Paleari, prefeito de Nova Alvorada do Sul. Contudo, a adesão precisa ainda de trâmites com o conselho de saúde local.

Entrave - Contudo, não há consenso entre os prefeitos brasileiros nessa questão e uma das barreiras a serem quebradas sobre a aquisição das vacinas por conta própria vem de outra entidade que reúne chefes de Executivo municipais.

No caso, é a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), representada pela Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) aqui no Estado. A entidade nacional fechou acordo nesta semana com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e decidiu aguardar o Governo executar o PNI.

Nessa quinta, a Assomasul, inclusive, emitiu nota contra a adesão - que vai até sexta-feira (5) - dos prefeitos ao consórcio. O documento tem caráter técnico e de recomendação segundo consta no site oficial da entidade.

"O senhor ministro foi bem claro quando assegurou à CNM e a associações estaduais de municípios a estabilidade no cronograma de entregas de vacinas a partir de março em todo país, ao dizer que o Plano Nacional de Imunização está garantido", destaca o texto, assinado pelo sue atual presidente, Valdir Júnior.

Dentista e eleito em 2020 para seu primeiro mandato como prefeito em Nioaque, Valdir ganhou o noticiário por, em janeiro, furar a fila de vacinação da covid-19 ao lado de seu secretário de Saúde. Eles foram investigados, mas entraram em acordo com o Ministério Público e, além de se desculparem, pagaram multa de R$ 28 mil.

"A entidade, que representa os 79 municípios do Estado, não recomenda que os senhores gestores (as) públicos (as) articulem a compra de vacinas de forma individual ou por meio de consórcios municipais para que o pacto com o Governo Federal não seja quebrado", destaca a nota técnica da Assomasul.

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