Coimbra inclui Lei Seca, radioterapia e prevenção entre prioridades da Saúde
Novo secretário de Estado de Saúde garante continuidade de ações como a Caravana da Saúde e recebe novas “missões” do governo estadual
O novo secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto Coimbra, elegeu entre suas prioridades à frente do cargo o reforço da conscientização sobre a importância da Lei Seca –como forma de reduzir o número de acidentes de trânsito e pacientes de trauma na rede pública de saúde– e da radioterapia, de forma a reduzir a demanda por esse tipo de tratamento. Os pontos foram listados em seu discurso de posse, na tarde desta quarta-feira (13), no auditório da Governadoria, em Campo Grande.
Coimbra assume a cadeira antes ocupada por Nelson Tavares, que pediu exoneração. O ex-secretário, porém, garantiu que segue à disposição da SES como colaborador. O evento serviu também como uma espécie de prestação de contas sobre sua passagem pela pasta, havendo a garantia de que projetos como a Caravana da Saúde terão continuidade.
O novo secretário afirmou que terá como foco o atendimento às populações carentes, envolvendo ações voltadas à melhoria da qualidade de vida das pessoas. Além da Caravana –esforço que realizou milhares de cirurgias pelo Estado–, Coimbra afirmou que também pretende focar em campanhas de prevenção a DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), dengue, vacinação e o estímulo ao parto normal.
Na sequência, destacou que pretende adotar ações relacionadas ao rigor da Lei Seca, “porque isso repercute diretamente na superlotação da ortopedia”. Como exemplo, citou a Santa Casa de Campo Grande –onde há estimativas de que pacientes de trauma representam 70% da massa de internações.
Até então diretor do Hospital Universitário, Coimbra também teve passagem pela direção do Hospital de Câncer Alfredo Abraão. Sobre esses hospitais, anunciou a instalação de aceleradores lineares, visando a reduzir a demanda de 150 pacientes diários de radioterapia na rede pública estadual.
Em breve, frisou ele, será instalado um acelerador linear no HC, “um equipamento que estava encaixado em Goiânia há mais de cinco anos”. Hoje, a unidade atende a 50 pessoas por dia com o equipamento, montante que deverá dobrar. Em agosto do ano que vem, o Hospital de Câncer deve ganhar outro aparelho e, no mês seguinte, será instalado um acelerador no HU. “A meta é zerar a fila”, pontuou o secretário.
Reestruturação – Ao novo secretário, Reinaldo Azambuja repassou também a tarefa de dar atenção ao “Projeto de Reestruturação da Saúde de Mato Grosso do Sul”, conjunto de ações em andamento que visam a regionalização dos atendimentos –mantendo pacientes do interior mais próximos de suas residências e reduzindo gastos com deslocamentos e internações na Capital e Dourados, por exemplo.
“Para regionalizar os atendimentos em saúde, por meio da estrutura física, vai se definir o nível de complexidade de cada área”, explicou o governador. “Vamos focar também nos hospitais e no atendimento nos municípios”.
Em outro front, Reinaldo apontou a necessidade de atenção a problemas de visão e audição entre as crianças com idade escolar. Segundo ele, “estudos mostram que 15% do baixo rendimento escolar é oriundo de problemas de visão e audição. Então, vamos fazer um trabalho voltado às escolas”. Nesse sentido, o governador rebateu críticas à Caravana da Saúde, “que conseguiu reduzir a fila de pessoas à espera de atendimento”.
Despedida – A posse de Coimbra também serviu como despedida de Nelson Tavares. Presente ao evento, o agora ex-secretário afirmou deixar o cargo, mas não o governo: sua intenção é continuar a dar suporte à gestão estadual.
Dizendo-se grato pela oportunidade de atuar na SES, Tavares aproveitou para fazer um balanço sobre a gestão. Em cerca de um ano e meio, segundo ele, foram feitas 55 mil cirurgias eletivas, enquanto outras 35 mil ainda aguardavam conclusão. “Algumas pessoas, há três anos, nem imaginavam que teriam esse atendimento”, pontuou.
Ele ainda listou, entre os números, a realização de 100 mil consultas, 250 mil procedimentos, 35 mil exames de diagnóstico. Além disso, destacou atendimentos exclusivos para as populações indígenas –três mil procedimentos no total, incluindo 600 cirurgias.
Carlos Coimbra considerou a possibilidade de parceria com o novo secretário fundamental “nesse momento de transição em que assume a pasta”. Reinaldo, por sua vez, lembrou que o ex-secretário havia se comprometido a ficar dois anos na pasta, mas permaneceu três. “O Nelson continuará a nos dar esse apoio e vai ser fundamental”.