CPI vai avaliar se desvios de recursos incidiram na tarifa de energia
Os deputados que devem integrar a nova CPI da Enersul, que foi criada oficialmente hoje (31), na Assembleia Legislativa, têm como intenção descobrir se o desvio de R$ 700 milhões na instituição, apresentado em auditoria pela empresa pela PWC (PricewaterhouseCoopers), acabou incidindo na tarifa de energia elétrica em Mato Grosso do Sul. Se isto ocorreu, os parlamentares vão requerer a devolução dos recursos para população.
“Se houve alteração na tarifa em função de desvio, vamos requisitar a devolução de recursos, já que eles lançam as despesas na hora de fazer o cálculo, se confirmar este cenário, queremos o dinheiro de volta”, disse o deputado Paulo Corrêa (PR), que deve ser indicado pelo bloco dos partidos pequenos e ainda irá tentar presidir a comissão parlamentar.
“Vamos fazer toda esta investigação com a mesma eficiência e lisura como foi feita a anterior, onde conseguimos devolver R$ 200 milhões aos consumidores. Em relação as denúncias, todas elas ao fim dos trabalhos serão encaminhadas ao MPF (Ministério Público Federal)”, disse o deputado.
Corrêa ainda ponderou que a lista daqueles que faziam parte da “Folha Confidencial”, precisa ser divulgada e vindo à tona, independente se for da classe política ou outro área profissional. “Não haverá distinção, nós vamos trabalhar para ter resultados, não para fazer marketing”.
O deputado Beto Pereira (PDT), que deve ser um dos representante do bloco dos pequenos, ressaltou que desde o 1° dia das assinaturas para a criação da comissão parlamentar, se colocou a disposição para participar dos trabalhos, sendo que já está “costurando” o apoio dos demais colegas. “Vamos averiguar tudo a fundo, precisamos de uma investigação isenta”, disse ele.
Já Marquinhos Trad (PMDB), que propôs a criação da CPI, ressaltou que todos os pontos descritos como irregulares na auditoria, precisam ser investigados, desde os integrantes da “Folha Confidencial”, até as supostas fraudes nos contratos com empresas terceirizadas, o pagamento de gratificações de até R$ 2, 5 milhões sem justificativa, assim como falta de registros contábeis em relação a gastos de R$ 200 milhões em programa federal.
Base aliada – O líder do governo, o deputado Rinaldo Modesto (PSDB), ressaltou que não haverá qualquer tipo de interferência do executivo estadual sobre esta questão, já que se trata de uma investigação do legislativo. “Reinaldo (Azambuja) em nenhum momento interferiu neste processo, até porque quer que se investigue as irregularidades”.
O deputado Paulo Corrêa ressaltou que o governador apenas perguntou a Marquinhos Trad, durante encontro com sua base aliada, se realmente existiam indícios e denúncias que sustentariam uma CPI da Enersul, mas se colocou a favor das investigações.