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Política

Davi Alcolumbre vence disputa e se torna novo presidente do Senado

Senador do Amapá conseguiu vencer os adversários, entre eles Renan Calheiros, que desistiu do pleito antes da votação final

Leonardo Rocha | 02/02/2019 17:57
Senador Davi Alcolumbre vence disputa pela presidência (Foto: Agência Senado)
Senador Davi Alcolumbre vence disputa pela presidência (Foto: Agência Senado)

O senador Davi Alcolumbre foi eleito novo presidente do Senado Federal, ao conseguir 42 votos na eleição deste sábado (02), no Congresso Nacional. O pleito começou ontem (01), no entanto depois de impasses, troca de ofensas, decisão judicial e até suspeita de fraude, teve desfecho no final desta tarde.

Neste sábado os ânimos estavam mais calmos, no entanto as polêmicas continuaram no plenário do Senado. Primeiro houve a desistência de alguns candidatos, que preferiram se unir ao invés de concorrerem separados. Logo na primeira votação, o problema foi uma suspeita de fraude. Com a anulação, ao iniciar a segunda (votação), Renan Calheiros (MDB - AL) desistiu da disputa.

A eleição teve a participação do Poder Judiciário, que por meio do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, decidiu que a votação deveria ser secreta, seguindo assim o que previa o regimento interno do Senado. 

Com esta decisão em punho, o grupo de apoio ao senador Renan Calheiros (MDB), escolhido como candidato à presidência pelo seu partido, até ganhou um “fôlego” a mais na disputa, por entender que diante do “voto secreto”, o senador de Alagoas teria mais chances de angariar o apoio dos parlamentares.

Mesmo com este cenário, a vitória ficou com Alcolumbre, que com a desistência do emedebista, se tornou o franco favorito, situação que se manteve quando se abriu as urnas. 

Os senadores de Mato Grosso do Sul votaram juntos, os três escolheram Davi Alcolumbre, tanto que antes de colocar as cédulas nas urnas, fizeram questão de apresentar aos demais colegas de parlamento.

Soraya Thronicke (PSL) usou o microfone, onde disse que seu candidato a princípio era o Major Olímpio (PSL) e depois Simone Tebet (MDB), mas como ambos desistiram optou pelo senador do Amapá. 

Disputa - Simone Tebet chegou a voltar ao pleito, depois que segundo ela, teve seu direito de opinião “cerceado” ao longo da sessão deste sábado, colocando seu nome avulso, sem o apoio oficial do seu partido.

Entretanto durante os pronunciamentos dos candidatos, seguindo o mesmo caminho de Major Olímpio (PSL-SP) e Álvaro Dias (Pode - PR), a senadora sul-mato-grossense resolveu também declinar da candidatura em detrimento de Davi Alcolumbre (DEM-AP), que recebeu também o apoio dos outros concorrentes.

Simone explicou que diante do pedido “contundente” de Davi, para que a candidaturas se unissem, ela entendeu que a melhor forma de derrotar Renan Calheiros, era escolher um nome para representar este grupo político, que segundo a parlamentar, “está em busca de mudanças e renovação”. Antes do anúncio, Alcolumbre inclusive fez uma série de elogios a Tebet, lembrando que ela “travou uma batalha” dentro do MDB, para concorrer ao cargo.

Nos bastidores, Alcolumbre era o candidato que teria o apoio do Palácio do Planalto, mas propriamente do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no entanto depois do impasse que ocorreu na sexta-feira, o governo federal fez questão de mandar “emissários” ao Senado, para dizer que não estava interferindo na disputa do legislativo.

Polêmica - Na hora da votação a situação gerou polêmica. Foram encontradas na urna 80 envelopes, mas com 82 votos, gerando a suspeita de fraude na hora do pleito. A discussão então se concentrou em "anular os dois votos". Depois da conversa dos líderes resolveram fazer nova votação, já que entenderam que a "urna estava corrompida".

Na segunda votação, depois da suspeita de fraude, quando os votos já começavam a ser recolocados na urna, Renan Calheiros (MDB) retirou sua candidatura à presidência. Ele alegou que muitos fatos ocorreram neste pleito, por isso preferia sair do páreo. Nos bastidores circulava a informação de que sabendo que não teria os votos suficientes, o emedebista resolveu recuar.

Com esta situação, a votação prosseguiu e Davi Alcolumbre conseguiu 42 votos, contra de 13 do segundo colocado Esperidião Amim (PP-SC). O vencedor conseguiu a maioria e mais um voto, não sendo necessário então o segundo turno.

História – David Alcolumbre, senador do Amapá, começou sua vida política como vereador em Amapá de 2001, quando era filiado ao PDT. Logo teve uma ascensão na carreira ao ser eleito em 2002 para o cargo de deputado federal, sendo reeleito em 2006. Chegou ao Senado em 2014, vencendo o então favorito Gilvan Borges. Em 2015 foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.

Os três senadores de MS votaram em Davi Alcolumbre (Foto: Divulgação/Agência Senado)
Os três senadores de MS votaram em Davi Alcolumbre (Foto: Divulgação/Agência Senado)
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