Deputado acorda cedo, se inscreve e será o primeiro de MS a discursar
O deputado federal de Mato Grosso do Sul Geraldo Resende (PSDB) será o sexto a usar a tribuna da Câmara Federal neste sábado (16), na fase dos discursos individuais. Ele diz que chegou cedo na sexta-feira, por volta das 6h30, para se inscrever. Dos 513 parlamentares, 249 fizeram inscrição, sendo 170 para defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e 79 para se posicionar contra.
A previsão é de que Resende suba à tribuna por volta das 12h (11h em Mato Grosso do Sul). “Estamos bastante otimistas, mesmo com todo esse clima de apreensão”, afirmou o deputado agora pela manhã, ao acompanhar os pronunciamentos dos colegas na Câmara. Segundo ele, pelas contas feitas no final da noite de sexta-feira, o placar apontava 364 votos pelo afastamento de Dilma e 124 contra.
No curto discurso que fará hoje, o deputado disse que vai declarar que vota pelo afastamento da presidente, e justifica que sempre foi contra o antigo partido dele, o PMDB, de se coligar com o PT. E lembra que na campanha presidencial, mesmo estando no partido do vice-presidente Michel Temer, apoiou o principal adversário de Dilma Rousseff, o tucano Aécio Neves.
O deputado Carlos Marum (PMDB), que ontem fez o pronunciamento já no início da madrugada, deixou a Câmara por volta das 3h de hoje. Ele também se inscreveu para falar na tribuna neste sábado, mas afirmou que defende que seja aberto espaço para quem não se manifestou no dia anterior. Assim como Geraldo Resende, Marum reclama dos “ataques” dos governistas para reverter a tendência de votos dos deputados federais.
Ambos afirmaram que o próprio ex-presidente Lula vem fazendo as articulações, do quarto de hotel em que está hospedado e se transformou no QG do grupo que trabalha para evitar o afastamento da presidente. Segundo Marum, dos 8 que formam a bancada de Mato Grosso do Sul, três devem votar pela permanência de Dilma na presidência. São eles: Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT).
Eleita pelo PSB e ligada ao setor de agronegócio no Estado, a deputada federal Tereza Cristina também fez a inscrição e deve usar a tribuna entre 15h e 20h. Na manhã deste sábado, ela afirmou que vai declarar que vota pelo impeachment porque o povo brasileiro “está sofrendo com esse desgoverno, com a falta de credibilidade do governo. Não existe golpe, existe um crime de responsabilidade fiscal que se fosse com qualquer outro integrante do Executivo, ele seria responsabilizado”.
Tereza Cristina disse que nesses últimos dias não sofreu o assédio dos governistas para mudar de voto. A única tentativa teria ocorrido há dois meses, quando a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, teria perguntando quais as intenções de voto dela. “Respondi que a minha posição era firme, de votar pelo afastamento da presidente”, disse a parlamentar.“Eles não atacam quem tem posição firme, só atacam aqueles que vacilam”, afirmou.