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Política

Deputado chama atenção para “guerra’ no interior de MS e cobra Governo Federal

Na sessão de hoje da Alems, estudantes guarani-kaiowás também reivindicaram melhorias na educação indígena

Por Jéssica Fernandes e Fernanda Palheta | 08/08/2024 12:51
Pedro Kemp discursa na tribuna, enquanto indígena acompanha no plenário. (Foto: Giovanni Coletti
Pedro Kemp discursa na tribuna, enquanto indígena acompanha no plenário. (Foto: Giovanni Coletti

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) usou a tribuna da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para falar da disputa por terras que atinge Douradina, a 192 km de Campo Grande. Durante a sessão desta quinta-feira (08) um grupo de indígenas guarani-kaiowá reivindicaram melhorias na educação indígena.

Pedro Kemp iniciou a fala destacando a preocupação diante dos ataques direcionados aos indígenas que vivem em Douradina. “São fatos lamentáveis”, afirma. No último sábado (03), três guarani-kaiowá foram atingidos por disparos de arma de fogo, na região de Panambi-Lagoa Rica.

O deputado comparou a situação com um cenário de guerra e criticou a Força Nacional por ter se retirado do território já que o ataque ocorreu após a partida da equipe. Na sequência, Pedro Kemp disse que há 100 anos o Estado Brasileiro cometeu um erro ao titular as terras indígenas para os produtores.

As críticas dele também foram direcionadas ao PT e ao Governo Federal por não terem feito nada efetivo que colocasse fim ao conflito por terras.  “Eu quero dizer que sou do Partido dos Trabalhadores, sou do partido do presidente, apoio o governo, mas considero que há uma omissão no Governo Federal e por parte do nosso Estado para resolver esse conflito. É preciso que o Governo Federal apresente propostas”, destaca.

Segundo ele, não adianta a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara ir para a área de conflito, fazer foto, se solidarizar e não apresentar propostas “Os problemas a gente já conhece, não precisa reconhecer, precisa de propostas”, completa.

No final do discurso, o parlamentar frisou que é necessário sensibilizar o  presidente Lula para buscar resolver. “Não podemos tapar o sol com a peneira”, conclui.

Após o discurso, o deputado estadual José Orcírio, o Zeca do PT saiu em defesa do presidente Lula e lembrou que durante a primeira passagem dele pelo Estado em 2024 foi consolidada a comissão para discutir assuntos agrários.

Propostas - Indígenas guarani-kaiowá estiveram na Alems com duas cartas onde constam pedidos sobre a educação. Eles fazem parte do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). O curso o é voltado para a formação de professores das etnias Guarani e Kaiowá, nas áreas de Matemática, Ciências da Natureza, Linguagem e Ciências Humanas.

Sidimar Franco Aquivel, de 27 anos, fala que as demandas apresentadas hoje são para possibilitar a participação em concursos.  “Na verdade a gente veio trazer demandas de educação para que tenha abertura de concursos para indígenas. Não têm vagas, não tem um edital específico. Não acredito em cota, não são postas em prática”, fala.

Ele reforça que o pedido é por vaga e não cotas, além de também enfatizar a necessidade de acesso a internet. “Que tenha internet grátis nas aldeias para acesso a informações e acessibilidade ao mundo virtual”, comenta.

Outros pedidos feitos incluem laboratórios de informática com monitor indígena para atender a comunidade de forma gratuita; transporte específico para deslocamento dos acadêmicos entre as comunidades e a UFGD, transporte para participar de assembleias na comunidade e congressos acadêmicos no Estado e fora do Estado; equipamentos audiovisual para ser usado no curso Teko Arandu e apoio diferenciado para as acadêmicas mães na permanência nos cursos.

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