Deputados de MS têm opinião dividida sobre derrota de Dilma no Senado
A presidente Dilma Roosseff (PT) sofreu na noite de ontem (7), no Senado Federal, sua primeira derrota desde que assumiu o governo. Mesmo com maioria na Casa, a presidente viu os senadores rejeitarem a recondução de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
A bancada federal do Estado divide a opinião sobre o episódio e as possíveis consequências. O deputado Geraldo Resende (PMDB) entende que a derrota pessoal mostra a insatisfação da base do Governo no País. Ele afirma que a insatisfação não parte apenas do PMDB, mas de aliados como PDT e PSB e até dentro do próprio PT.
Para Resende, a insatisfação também deve chegar a Câmara Federal. Ele acredita que para resolver o problema o Governo precisa entender que o PMDB é aliado e não deve ser mero coadjuvante. “O que aconteceu no Mato Grosso do Sul está acontecendo em vários estados. Não tem participação dos partidos”.
O deputado Antônio Carlos Biffi (PT) não concorda com Resende. Ele acredita que o PMDB não defende um projeto para o País e sim uma disputa por cargos. Biffi acredita que o episódio deve ter retorno e já deve ser visto na eleição da mesa diretora da Câmara e do Senado, quando o PMDB deve tentar a presidência.
“O PT faz concessão demais para aliados que não têm tanto peso assim. Para eles, não importa a economia e decisão social, mas o cargo que tem. Se o País vai bem o mal não estão nem ai”. Biffi acredita que o PT deve chamar os ministros do PMDB e dizer que o partido não deve estar bem representado, tendo em vista que alguns estão descontentes.
Opinião diferente - O deputado Fábio Trad (PMDB) não concorda com a visão de Resende e Biffi. O deputado não acredita que a derrota tenha veiculação com a briga entre o PT e o PMDB. Trad explica que a briga tem relação com a disputa entre o senador Roberto Requião e o indicado da presidenta.
“Não tem vinculação direta com o manifesto do PMDB. Não é liberando verba que o PMDB vai deixar de reclamar. A questão não é verba e ministério, mas a falta de comportamento político do PT com relação a ideia de coalizão, divisão de responsabilidade e compartilhamento de função”.