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Política

Dilma cai e vida segue: impeachment não altera rotina no Centro da Capital

Amanda Bogo e Guilherme Henri | 31/08/2016 16:12
A votação que decidiu a queda definitiva de Dilma Rousseff da presidência não alterou a rotina do campo-grandense (Foto: Alcides Neto)
A votação que decidiu a queda definitiva de Dilma Rousseff da presidência não alterou a rotina do campo-grandense (Foto: Alcides Neto)

Vida que segue. As ruas do Centro de Campo Grande não tiveram rotina alterada, no começo da tarde desta quarta-feira (31), após a votação no Senado que aprovou o impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Nada de buzinaços, aglomerações, gritos de comemoração ou atos contra a decisão.

A equipe do Campo Grande News ouviu 15 campo-grandenses pelo centro da Capital e em alguns bairros. De todos eles, apenas uma entrevistada disse não opinar sobre o assunto. O restante declarou apoio ao afastamento de Dilma.

Os motivos são os mais diversos: esperança de que a situação econômica melhore, assim como o setor de educação e saúde no Brasil. Teve até quem declarou que o próximo passo, agora, é a volta da ditadura militar no país.

Eurídice, que formou sua opinião sobre o assunto acompanhando a cobertura da imprensa, disse estar satisfeita com o resultado (Foto: Fernando Antunes)
Eurídice, que formou sua opinião sobre o assunto acompanhando a cobertura da imprensa, disse estar satisfeita com o resultado (Foto: Fernando Antunes)
Para Samuel, que está desempregado, a situação econômica do país irá melhorar (Foto: Fernando Antunes)
Para Samuel, que está desempregado, a situação econômica do país irá melhorar (Foto: Fernando Antunes)

Samuel Soares de Oliveira caminhava à procura de um emprego quando foi abordado pela reportagem. Aos 20 anos e desempregado, disse estar comemorando a saída de Dilma Rousseff por acreditar que agora a situação econômica do país irá melhorar.

“Não acompanhei todo o processo do impeachment, então não sei opinar se tudo foi justo. A expectativa agora é que o Brasil melhore, principalmente economicamente. As coisas estão muito difíceis. Mas não concordo muito com o movimento Fora Temer, porque se a Dilma ficasse o Temer também ficaria”, disse.

O barman Marcos Vinícius de Souza, 23, acredita que todo o processo foi correto. “Não tem como saber como o Brasil vai ficar agora, mas a expectativa é de que melhore”. A vendedora Patrícia Aguiar, 22, concorda com o rapaz. “Estou comemorando a saída, o processo foi longo e justo. Ela teve direito a defesa dela e foi decidido pela maioria que ela deveria sair, que é o certo”.

Marcos acredita que o processo de votação foi correto (Foto: Fernando Antunes)
Marcos acredita que o processo de votação foi correto (Foto: Fernando Antunes)
Assim como Patrícia, que acredita que "foi decidido pela maioria, é o certo" (Foto: Fernando Antunes)
Assim como Patrícia, que acredita que "foi decidido pela maioria, é o certo" (Foto: Fernando Antunes)

Alguns entrevistados admitiram não entender muito de política e até disseram que não saberiam opinar a respeito da atual situação política do país. A atendente de telemarketing Daniela Aparecida da Silva, 34, disse que mesmo sem compreender bem o que aconteceu, sentiu os efeitos de uma má gestão, “desde o emprego a crise econômica que o Brasil atravessou. Se o Temer for ruim, vamos para a rua e vamos tirar ele”.


Já a dona de casa Ivanilde Flor de Araújo, 47, afirmou que é muito difícil saber se é a favor ou não, “porque ninguém tem como prever o futuro. Se as coisas estavam bem ruins com a Dilma, imagina agora”.

“Fiquei feliz. Pelo que acompanhei, o Brasil estava na situação que estava devido aos investimentos irresponsáveis que foram feitos durante o governo Dilma. Gastos desnecessários que a população sentiu”, disse Elenir Clemente, 44, dona de casa.

“Senti principalmente na área da saúde e da educação, que ficaram defasadas e eram o carro chefe dela na campanha política e ficaram na promessa”, destacou a também dona de casa Elizabete Freitas, 45.

"Se o Temer for ruim, vamos para a rua e vamos tirar ele", acredita Daniela (Foto: Fernando Antunes)
"Se o Temer for ruim, vamos para a rua e vamos tirar ele", acredita Daniela (Foto: Fernando Antunes)
Elenir acredita que Dilma fez investimentos desnecessários durante sua gestão (Foto: Fernando Antunes)
Elenir acredita que Dilma fez investimentos desnecessários durante sua gestão (Foto: Fernando Antunes)

A dona de casa Eurídice Maria Solidário, 69, formou sua opinião sobre o assunto acompanhando a cobertura midiática. “Não acompanhei a votação final, mas assisti aos telejornais todos os dias, e pelo que pude perceber com a divulgação da mídia é que a saída da Dilma foi uma coisa boa. Pelo que vi, a Dilma não estava trabalhando muito”.

Para o aposentado Luís Carlos Cardoso, 61, o resultado no senado foi satisfatório, mas é preciso que se instale a ditadura militar para que a situação econômica e financeira melhore. “Sou muito a favor da queda da Dilma, mas quem deveria assumir o governo são os militares. Sou a favor da volta da ditadura militar para colocar ordem nas ruas. Esse é o próximo passo para o Brasil entrar nos eixos”.

Daniel Pereira dos Santos,40, mecânico, confia na decisão dos senadores. “A população só tem direito quando ela vota e escolhe bons políticos. Depois, tudo fica nas mãos dos nossos governantes. Eu confio no voto dos senadores que decidiram, então o melhor para o país era afastar a presidente”.

A dona de casa de 49 anos, Lindalva de Oliveira Cardoso, concorda com o resultado, mas não está otimista com o futuro. “Não acompanhei muito o processo do impeachment, mas acredito que as coisas não vão mudar muito com a saída da presidenta. Sou a favor para saber se algo vai acontecer, mas não estou muito esperançosa”.

Elizabete reclamou de falta de investimentos na área da saúde e educação (Foto: Fernando Antunes)
Elizabete reclamou de falta de investimentos na área da saúde e educação (Foto: Fernando Antunes)
Alexandre acredita que o país só "voltará aos eixos" com o retorno da ditadura militar (Foto: Fernando Antunes)
Alexandre acredita que o país só "voltará aos eixos" com o retorno da ditadura militar (Foto: Fernando Antunes)

O comerciante Raimundo de Lima, 50, comemorou a saída do PT da presidência e culpa Dilma pelas dificuldades no comércio campo-grandense. “Graças a Deus, o PT é uma máfia que aprefeiçoou e melhorou programas sociais que eram de outros partidos. Ele não fez absolutamente nada pelo nosso país no tempo de mandato da Dilma. O comércio está falído, ninguém compra nada, e isso é culpa da Dilma”.

O chefe de obras Francisco de Alencar, 57, acha que Dilma deveria ter deixado o poder há muito tempo. “Ela deveria ter saído desde o começo do processo. Foi muito justo, ela teve tempo suficiente para se defender e mostrar que era uma decisão precipitada afastá-la do cargo. Se o Brasil não melhorar agora, quebra de vez”.

Para o pedreiro Elias Mendes, 43, agora é o momento do país respirar aliviado. “Estou esperançoso. Mesmo sem grandes expectativas, acredito que o Brasil vai tomar um fôlego agora”, finalizou.

"Sou a favor para saber se algo vai acontecer" disse Lindalva (Foto: Fernando Antunes)
"Sou a favor para saber se algo vai acontecer" disse Lindalva (Foto: Fernando Antunes)
Daniel confia na decisão dos senadores, que foram escolhidos em votação (Foto: Fernando Antunes)
Daniel confia na decisão dos senadores, que foram escolhidos em votação (Foto: Fernando Antunes)
Para Raimundo, a vitória foi tirar o PT da presidência (Foto: Fernando Antunes)
Para Raimundo, a vitória foi tirar o PT da presidência (Foto: Fernando Antunes)
"Acredito que o Brasil vai tomar um fôlego agora", finalizou Elias (Foto: Fernando Antunes)
"Acredito que o Brasil vai tomar um fôlego agora", finalizou Elias (Foto: Fernando Antunes)
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