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Política

Em 40 minutos de apuração, Capital conhece novo prefeito, Alcides Bernal

Fabiano Arruda | 28/10/2012 18:12
Alcides Bernal recebeu 270,9 mil votos. (Foto: Minamar Junior)
Alcides Bernal recebeu 270,9 mil votos. (Foto: Minamar Junior)

O resultado da eleição que apontou Alcides Bernal (PP) como o novo prefeito de Campo Grande foi revelado com cerca de duas horas a menos que o estimado pelo TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral).

Por volta das 17h40, ou seja, cerca de 40 minutos depois da abertura das urnas, a Capital do Estado já conhecia seu novo chefe do Executivo Municipal.

Foi quando a parcial apontava 86,5% das urnas apuradas, resultado que colocava Bernal com 62,91% contra 37,09% de seu rival, Edson Giroto (PMDB).

A estimativa inicial do Tribunal era que o resultado fosse divulgado até as 19h30.

Por volta das 17h50, a parcial apontava 98% das urnas apuradas. Bernal aparecia com 62,59% (265.637 votos) e Giroto com 37,41% (158.756).

Cerca de 20 minutos mais tarde, a totalização foi encerrada e o resultado final da eleição deu 270.927 votos para o progressista (62,55%) contra 162.212 (37,45%) do candidato do PMDB.

A vitória do progressista encerra um período de 19 anos de PMDB comandando o Executivo em Campo Grande, na primeira eleição em segundo turno que a cidade tem desde a eleição em que o atual governador André Puccinelli (PMDB) venceu Zeca do PT na disputa de 1996. À época, a diferença foi de 411 votos.

Do rádio para a Prefeitura - Alcides Bernal nasceu em Corumbá e tem 47 anos. Advogado, é casado e tem três filhos.

A carreira política começou por meio do rádio, onde iniciou em 1992 e conquistou popularidade.

O primeiro mandato veio em 2004, quando se elegeu pela primeira vez vereador de Grande. Quatro anos mais tarde, recorde de votação na reeleição: 12 mil votos.

Em 2010, o progressista decide encarar a eleição para deputado estadual e, novamente, consegue votação expressiva. O primeiro mandato na Assembleia Legislativa vem com 26,1 mil votos.

Neste ano, Bernal se lançou como candidato à Prefeitura com o argumento de que tinha conhecimento que pesquisas, até de outros partidos, o apontavam, desde setembro do ano passado, na liderança da preferência dos eleitores entre possíveis candidatos a prefeito.

No período que antecedeu as convenções, sofreu acusações de que não sairia candidato por falta de estrutura financeira e de apoio político.

Meses antes da oficialização da candidatura, seu projeto foi colocado em dúvida por diversas vezes e a especulação de que ele seria candidato a vice de Edson Giroto (PMDB) foi a mais divulgada.

Depois de homologar a candidatura nas convenções do Partido Progressista, outra situação colocou dúvida: a ausência da escolha de um nome para compor a vice em sua chapa. Tanto que o anúncio ocorreu dias depois com a revelação do ex-vereador Gilmar Olarte, liderança evangélica na Capital.

Após sofrer a baixa do PSD, que se colocou ao lado de Bernal antes das convenções e, de última hora, oficializou apoio ao PMDB, Bernal encabeçou uma chapa pura para concorrer ao pleito.

Diante disso, novamente, a candidatura foi apontada como fraca e sem condições de vencer uma eleição que contava com outros seis adversários.

As primeiras pesquisas da corrida pela Prefeitura mostraram Giroto na liderança e Bernal na segunda posição, no entanto, aos poucos, a diferença foi caindo até que o progressista terminou o primeiro turno na liderança dos levantamentos para intenção de votos dos eleitores.

No dia da votação, o candidato do PP recebe 176.288 mil votos, o que corresponde a 40.18% dos votos contra 122.813 de Edson Giroto (27,99%), diferença de 53,4 mil votos.

E se o primeiro turno ocorreu em chapa pura, Bernal passa a contar com apoios de peso como PT, PPS e PSDB no segundo turno. Alianças feitas por conta do “pacto da oposição”, selado pelos candidatos em 30 de junho, que tinha o combinado de formar um bloco para enfrentar o candidato do PMDB.

Com a votação expressiva no primeiro turno, os apoios consolidados, e a igualdade do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão de dez minutos para ambos os candidatos, o progressista demonstrou, em vários momentos, tranquilidade e a segurança de que dificilmente perderia a eleição.

Tanto que sua candidatura resistiu a ataques, em forma de impressos ou vídeos, que o acusaram, entre outros fatos, de receber dinheiro por debaixo da mesa numa negociata.

Alcides Bernal assume como prefeito no dia 1º de janeiro e sua eleição quebra uma hegemonia de duas décadas do comando do PMDB no Poder Executivo da Capital.

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