Em depoimento na Câmara, taxistas reconhecem transferência de alvarás
CPI tem segundo dia de depoimentos, mas maioria falta e presidente cobra justificativa
Donos de alvarás convocados para depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Táxi, na Câmara Municipal de Campo Grande, alegam que compraram o veículo, não a licença, mas que não se lembram do valor pago aos donos originais das permissões.
Nesta quarta-feira (12), o colegiado se reuniu para ouvir cinco pessoas, no entanto, somente duas compareceram. O depoimento de uma delas estava previsto para sexta-feira (14), mas foi adiantado para hoje.
Marco Aurélio Ferreira afirmou possuir dois alvarás, mas porque comprou os veículos dos primeiros donos. Ele não se lembra a data da aquisição de um deles, nem o preço. Apenas uma compra, que, segundo o depoente, foi em 2001.
“Eu comprei o carro e fiz a solicitação para o órgão público para transferência da cessão”, disse aos vereadores.
Sua esposa, Maria de Lourdes Dantas Ferreira, cujo depoimento estava previsto para hoje, mas faltou, tem outro alvará de táxi, que foi adquirido em 1985, segundo Marco Aurélio. Da mesma forma, não sabe dizer quanto Maria de Lourdes pagou, nem o nome do antigo dono.
Já o segundo a depor foi Vanilde Robert, que pediu antecipação de sua audiência, prevista para sexta, para hoje. Ele afirma ter comprado dois táxis, um em 1977 e outro em 1991.
Este última seria de uma pessoa cujo nome Vanilde só se lembra de ser “Zé Baiano”, que foi embora de Campo Grande, por isso vendeu o veículo. Sua filha também possui alvará e atua no ponto de táxi do Aeroporto de Campo Grande.
Ele diz que não trabalha mais como motorista, empregando quatro auxiliares em seus dois veículos. Assim como os demais até agora, Vanilde não se lembra quanto pagou pela aquisição.
Ausências – Até agora, dos nove convocados, apenas três compareceram. Os depoimentos começaram na segunda-feira (10) e hoje foi o segundo dia. Na sexta, nova rodada de audiências está marcada.
Conforme o presidente da CPI, vereador Vinicius Siqueira (DEM), quem faltou deverá justificar a ausência sob o risco de responder por desobediência à ordem. Elas também podem ser convocadas coercivamente, ou seja, quando são obrigadas a depor.
A Câmara Municipal entra de recesso a partir de semana que vem, portanto, o colegiado será suspendendo e retorna somente em 2 de agosto.
Com 51 alvarás de táxi entre membros da família, Moacir Joaquim de Matos, que morreu no dia 31 de outubro do ano passado, utilizou o nome da esposa para poder concentrar diversas permissões. A informação foi do seu filho Elton Pereira de Matos, que prestou depoimento à CPI do Táxi, na segunda.
Durante sua declaração, Elton confirmou que a mãe, Francisca Pereira dos Santos, possui 15 alvarás em seu nome mesmo sem administrar as concessões.