Falta de consenso na formação de blocos atrasa trabalhos na Alems
Promessa é de que os arranjos sejam definidos até o feriado de Carnaval para a formação das comissões
A falta de consenso entre os deputados, por questões ideológicas, tem atrasado a formação dos blocos da nova legislatura. Os arranjos dos parlamentares são requisitos para indicação dos membros das comissões permanentes existentes na Assembleia Legislativa e, consequentemente, para a tramitação de projetos. Até o momento apenas dois grupos foram concretizados.
O PSDB, maior bancada da Casa de Leis, contará com outros três deputados para a formação de um grupo. Além dos seis tucanos: Mara Caseiro, Paulo Corrêa, Zé Teixeira, Jamilson Name, João Cesar Mattogrosso e Lia Nogueira, se juntarão Roberto Hashioka (União Brasil), Lucas Lima (PDT) e Lídio Lopes (Patriota), que são únicos representantes das próprias siglas.
Já o PT, com três parlamentares eleitos: Zeca do PT, Amarildo Cruz e Pedro Kemp, preferiu seguir independente, embora tenha participação do governo de Eduardo Riedel (PSDB).
O grande impasse na formação dos blocos envolve os deputados do PL e do PRTB, que juntos possuem quatro parlamentares: Coronel David, Neno Razuk e João Henrique Catan do PL e Rafael Tavares do PRTB. Porém, com esse número de membros não pode ser formado um bloco e os parlamentares ficariam sem direito à vaga nas comissões.
A princípio, o PL formaria um bloco juntamente com o MDB, PP, PSD e Podemos para formação de um só bloco. Neste cenário, os emedebistas Junior Mochi, Márcio Fernandes e Renato Câmara teriam companhia de Londres Machado e Gerson Claro, ambos do PP, Pedro Pedrossian Neto (PSD), Rinaldo Modesto (Podemos), além de Coronel David e Neno Razuk que são do PL. Os deputados João Henrique (PL) e Rafael Tavares (PRTB) são incisivos e fortemente contrários à formação de um blocão com outras siglas.
“Ainda há divergências, não está 100% certo. Quando acha que vai fechar, outro se manifesta, cada um tem seu pensamento. Tem gente que quer ficar na oposição e não quer fazer parte do bloco. O regimento interno não é tão claro, o PL tem 3 deputados e um não quer participar do bloco, mas os outros dois querem, não se sabe se os deputados podem se separar nesse caso ou não”, esclareceu o Márcio Fernandes (MDB), que está articulando a formação do bloco.
A formação dos blocos grupos de representação é fundamental para a tramitação dos projetos na Assembleia Legislativa. Conforme previsto no regimento interno, são os líderes partidários que indicam os parlamentares que integrarão as comissões em nome de cada legenda.
Cada uma das comissões é formada por cinco deputados titulares e mais cinco parlamentares suplentes, e os trabalhos das comissões só podem se iniciar após a definição dos presidentes e vices.
Com a aproximação do feriado de Carnaval, a promessa é de que os blocos sejam definidos até a próxima semana. Já a indicação dos parlamentares e a instalação das 16 comissões ficarão para depois do feriado.