Família acredita que há mais envolvidos em assassinato de vereador
“Foram nove meses de muito sofrimento. Hoje é dia de alegria”
A família do vereador Carlos Antônio Carneiro, morto em outubro do ano passado em Campo Grande, acredita que há mais pessoas envolvidas no crime. “Fomos ameaçados, tinhas muitas conversas pela cidade”, afirma Caruline Silva Carneiro, de 19 anos, filha do parlamentar morto.
À época do crime, três homens foram presos em Campo Grande. Nesta quarta-feira, mais seis pessoas foram presas em Alcinópolis: o prefeito Manoel Nunes da Silva (PR), o presidente da Câmara, Valter Roniz (PR), os vereadores Enio Queiroz (PR) e Valdeci Lima (PSDB), o comerciante Ademir Luiz Muller e a funcionária da prefeitura Jurdete Marques de Brito. Ela também é namorada de Irineu Maciel, preso pela execução do vereador.
“Foram nove meses de muito sofrimento. Hoje é dia de alegria”, define a jovem. Carlos Antônio tinha outras duas filhas, de 11 e 12 anos. A família está na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), para onde foram levados os presos.
Alcino Carneiro, pai do vereador morto, afirmou que havia uma quadrilha na prefeitura. A polícia não deu detalhes sobre o que motivou as novas prisões quase nove meses depois do crime. Vice-prefeito, Alcino deve assumir o comando da prefeitura.
O comboio veio nesta manhã de Alcinópolis e entrou pelo estacionamento privativo da delegacia. No perímetro urbano, o trânsito foi interditado para a passagem dos cinco camburões e quatro viaturas descaracterizadas.
Após o assassinato do vereador, Irineu Maciel foi preso em flagrante por policiais civis que passavam no local do crime, próximo ao hotel Vale Verde. Ele foi levado até lá na garupa da moto de Aparecido Souza Fernandes, de 35 anos.
Na delegacia, o pistoleiro relatou que o crime foi intermediado pelo seu cunhado Valdemir Vansan. A morte do vereador teria sido contratada por uma terceira pessoa, cujo nome não foi revelado. Valdemir foi preso horas depois do assassinato.
Ainda na delegacia, Ireneu disse que receberia R$ 20 mil, sendo R$ 3 mil adiantados, pelo crime e que o revólver calibre 38 lhe foi entregue pelo cunhado. O acerto era para “fazer uma pessoa”, cujo nome foi repassado por Valdemir.
Em interrogatório diante do juiz, Irineu deu uma nova versão para o crime. De acordo com ele, o motivo foi vingança porque o vereador o teria humilhado. O pistoleiro também afirmou ser dono da arma utilizada na execução.
A justiça determinou que Valdemir, Irineu e Aparecido fossem levado a júri popular, mas os acusados recorreram da decisão.