Governo descarta assumir HC e espera que hospital resolva os próprios problemas
Governador disse que repasses de verba já ajudam a instituição
Em meio a mais uma crise no HCAA (Hospital do Câncer Alfredo Abraão), que culminou na paralisação de atendimento na última quarta-feira (22), o governador do Eduardo Riedel (PSDB) descartou que a gestão fique a cargo do Estado.
“O governo não vai pegar a direção pra ele. É um hospital que tem a sua condução independente, os repasses que foram feitos anteriormente já foram uma grande ajuda do governo ao Hospital do Câncer. A gente ajudou a construir, a fazer, repassa recursos e eles teriam que buscar uma solução aos problemas que têm”, disse Riedel durante agenda pública na manhã desta sexta-feira (24).
O mandatário destacou que o secretário de Saúde, Maurício Simões, está em contato direto com o hospital e deve em breve se reunir com o titular da pasta para tomar pé da situação. Em outro evento a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), também comentou sobre o caso.
Menos direta que o governador, a chefe do Executivo expôs que o Município sempre esteve aberto à parceria e nunca deixou de fazer os repasses que lhe cabiam, porém também não sabe como estão as tratativas da unidade de saúde para com os poderes.
“O Hospital do Câncer esteve conosco na semana passada, nós tínhamos uma reunião com a bancada federal e eles conversaram diretamente com a bancada federal, que agendou uma reunião com o governador, município e Estado pra buscar uma solução”, contou.
Mais informações sobre a reunião, no entanto, não foram divulgadas. “Como foi o hospital que agendou (a reunião), é um interesse do hospital e não do município. O município apenas trabalha em parceria com o hospital e nós nos dispomos a estar nessa parceria, nessa construção a várias mãos, para buscar o equilíbrio e para que não feche o Hospital do Câncer”, finalizou.
Situação – Médicos do HCAA, que fazem atendimentos oncológicos para 70% dos pacientes de Mato Grosso do Sul, entraram em greve alegando um déficit de R$ 770 mil por mês com o Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande.
Os profissionais cobram a regularização dos pagamentos, dos contratos dos integrantes do corpo clínico, dos serviços de patologia e exames de imagens (ressonância magnética e cintilografia óssea), que são essenciais aos diagnósticos e segmentos de tratamentos.
Além disso, como instituição privada filantrópica, o hospital é mantido com doações e principalmente com parcerias, convênios e políticas públicas. Os recursos repassados pelo governo são responsáveis por quase a totalidade de receita, despesas e investimentos para atender os pacientes.