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Política

Indígena contesta depoimento de delegado e CPI propõe acareação

Michel Faustino | 16/03/2016 17:46
Cotócio durante oitiva da CPI nesta tarde. (Foto: Divulgação)
Cotócio durante oitiva da CPI nesta tarde. (Foto: Divulgação)

O vereador indígena Cledinaldo Cotócio (PP), de Sidrolândia, contestou durante depoimento à CPI do Cimi (Comissão Parlamentar de Inquérito) as citações do delegado da Polícia Federal, Alcídio de Souza, sobre o processo de reintegração de posse da fazenda Buriti, em 2013. O delegado disse à CPI que, na ocasião, Cledinaldo teria sido o responsável por identificar os supostos membros do Cimi presentes na zona de conflito, o que ele negou durante o seu depoimento. O fato motivou à CPI propor uma acareação em os dois que deve ser realizada já na próxima sessão, marcada para o dia 21..

Em seu depoimento, o delegado afirmou que conversou com o vereador em um posto de combustíveis assim que chegou em Sidrolândia, ao narrar os momentos de tensão vividos na propriedade.

Cledinaldo teria avisado Alcídio de que membros do Cimi estavam na área de conflito incitando os indígenas a resistir, ou seja, descumprir o mandado de reintegração de posse, o que foi desmentido pelo vereador.

“Eu só via tiro pra todo lado, nem prestei atenção se eram do Cimi ou não. Podiam ser jornalistas ou mesmo pessoas brancas casadas com indígenas”, declarou.

Os membros da comissão ouviram ainda o depoimento do cacique Edson Candelário, da aldeia Argola, localizada em Sidrolândia. Ele foi o primeiro depoente a dizer que a única atividade do Cimi nas aldeias é
promover cursos de capacitação para os indígenas.

O indígena negou que os membros do Cimi incitem os indígenas a promover invasões de propriedades particulares.

A presidente da comissão deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) comentou sobre a situação do advogado Luiz Henrique Eloy, que foi convocado para depor nesta tarde, mas não compareceu.

O advogado encaminhou documento à CPI alegando que cursa doutorado em Direito
na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e que por isso não pode comparecer. Pediu que a data da oitiva seja remarcada. Mesmo assim, foi emitido um mandado de condução coercitiva.

“Acionamos as autoridades competentes para localizar o advogado do Cimi. Há semanas tentamos agendar a oitiva, e ele consegue driblar os membros da comissão. Isso é uma falta de respeito com os deputados e com todos que estão aqui realizando um trabalho sério. Seria de bom tom que ele pelo menos comprovasse que realmente está no Rio de
Janeiro”, afirmou Mara Caseiro.

Conforme a parlamentar, será solicitada a cooperação da Polícia do Rio de Janeiro para localizar Eloy, garantindo que ele compareça na próxima sessão da CPI.

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