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Política

Cimi propaga o ódio e exerce influência negativa sobre índios, diz deputada

Michel Faustino | 11/03/2016 17:57
Deputada Mara Caseiro durante pronunciamento na Assembleia Legislativa. (Foto: Divulgação/Assessoria)
Deputada Mara Caseiro durante pronunciamento na Assembleia Legislativa. (Foto: Divulgação/Assessoria)

“O Cimi (Conselho Missionário Indigenista) tem como único objetivo incentivar as invasões de terras no Estado e tem se mostrado uma instituição que atua, inclusive, propagando o ódio até mesmo entre os próprios indígenas”. As palavras são da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada para investigar a atuação da instituição em Mato Grosso do Sul.

Mesmo faltando exatos dois meses para a conclusão dos trabalhos, a deputada afirma que, até o momento, os depoimentos prestados à CPI revelam a parcela de culpa do Cimi em diversos episódios que culminaram em conflitos entre índios e proprietários rurais.

“Os depoimentos prestados à CPI vieram confirmar as denúncias que apontam a interferência do Cimi em algumas invasões de terra no Estado. Isso nos foi revelado inclusive durante depoimentos dos próprios indígenas ouvidos até agora. Quando a gente pergunta sobre as ações do Cimi nas aldeias, ninguém sabe dizer. Nos causa no mínimo estranheza de existir nada concreto realizado por eles”, diz.

Diante das críticas e das polêmicas que ladearam os trabalhos da CPI, a deputada faz questão de frisar que o foco da comissão é tão somente investigar a atuação da instituição no Estado e por sua vez tem alcançado este objetivo.

“O foco da CPI é um só. Temos que ressaltar que a CPI não é contra os indígenas e nem contra a igreja. O objetivo, diante desses questionamentos, é encontrar uma resposta para esta guerra instalada no campo e, para isso, temos que ouvir todos os lados”, ressalta.

Apesar disso, a deputada afirma que a CPI tem encontrado dificuldades pela falta de diálogo por parte dos representantes do Cimi que, inclusive, têm se recusado a comparecer às oitivas. A exemplo do episódio envolvendo o advogado Luiz Henrique Eloy, que conseguiu liminar na Justiça para ficar em silêncio durante o depoimento e nem compareceu.

“A gente vê que existe uma articulação para que as lideranças ligadas ao Cimi não compareçam aos depoimentos e isso é prejudicial aos trabalhos. Eu penso que quem não deve não teme e no meu ponto de vista se você está sendo acusado de envolvimento em alguma coisa tem o direito de se defender e precisamos do contraditório”, disse.

De acordo com a deputada, os trabalhos da CPI devem ser concluídos até o dia 11 de maio e até lá pelo menos mais 15 pessoas devem ser ouvidas, grande parte destas indicadas pelo deputado Pedro Kemp (PT), um dos membros da CPI.

Concluídos os trabalhos, a comissão apresentará um relatório final, a ser publicado em Diário Oficial e que poderá pedir providências da alçada do plenário, do Poder Executivo e ao Ministério Público, para que promova ações que apurem a responsabilidade civil e/ou criminal dos fatos investigados pela CPI.

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