Manifestantes recolhem assinaturas para projeto do MPF contra corrupção
Manifestantes do ato contra a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitam para recolher assinaturas para anteprojeto que prevê mudanças em leis relacionadas a prevenção e o combate à corrupção e a impunidade no país. Sozinhos ou em grupo, voluntários se empenham para repassar as assinaturas ao MPF (Ministério Público Federal), que apresentará a proposta ao Congresso Nacional.
Em meio aos 1.500 manifestantes, está o pecuarista Danilo Correa, 72 anos. Ele recolhe assinaturas, desde o início da campanha, lançada na sexta-feira (14), em Campo Grande, pelo MPE (Ministério Público Estadual). Danilo conta que já conseguiu a adesão de 200 pessoas. Dessas, 50 assinaram o documento nesta tarde.
Sem vínculo com qualquer entidade, ele conversa com desconhecidos e disse que alguns já fizeram fila para assinar. “Essa é única esperança que temos para mudar esse quadro de corrupção do país. Os políticos têm que aprender na marra a ter mais dignidade e vergonha na cara”, disse Danilo, que espera conseguir, ao menos, cem assinaturas hoje.
Um grupo Maçom também marca presença no evento. Segundo o coordenador do grupo Avança Brasil Maçons BR em MS, Edson Gomes Barbosa, eles estão recolhendo assinaturas em lojas maçônicas, em eventos da cidade, há alguns dias. Ele não fez um balanço de quantos nomes já conseguiu, mas está entusiasmado com a procura.
Mesmo tendo que dispor de certo tempo e fornecer dados pessoais, os manifestantes são atraídos pela tenda dos maçons. “São dez medidas que o PMF está oferecendo que vai tronar tudo mais ágil e penas mais duras para caso de corrupção. Acredito ser a última alternativa para mudar esse jogo”, disse.
O manifesto segue, com encenações de pessoas fantasiadas de presidente Dilma, do ex-presidente Lula, ao som de músicas de Legião Urbana, Gabriel O Pensador, Cazuza, entre outros.
Dez Medidas - Até o dia 2 de setembro, a meta do MPF é recolher 500 mil assinaturas. São necessárias 1,5 milhão para apresentação do projeto.
A campanha do MPF elenca dez temas. São eles, a prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação; criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; celeridade nas ações de improbidade administrativa; reforma no sistema de prescrição penal; ajustes nas nulidades penais; responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa dois; prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado e recuperação do lucro derivado do crime.
