Manifestantes são repreendidos durante protesto contra reforma da Previdência
Na rua Pedro Celestino, onde um grupo se reuniu, além de buzinaço, teve gritaria e bate boca
Mesmo por uma causa considerada nobre, manifestantes contra a Reforma da Previdência foram hostilizados durante protesto no Centro, nesta quinta-feira (16). Em frente a casa do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM), na rua Pedro Celestino, onde um grupo se reuniu, além de buzinaço, teve gritaria e bate boca.
Cerca de 40 pessoas, com cartazes, caixa de som, microfone e faixas, foi atacado por uma senhora, moradora de um prédio vizinho, que ficou enfurecida com a algazarra. À base de xingamentos e palavras de baixo calão, pouco a pouco os manifestantes foram dispersando.
Cansada de xingar os manifestantes de "vagabundos" e de mandá-los trabalhar, recebendo também represálias de volta, a idosa encerrou a discussão com um cartaz posicionado na sacada: "corta o ponto".
Para os que apoiam,como uma professora de 41 anos que não quis se identificar, "a maioria da população ainda não entendeu a importância desse protesto". Estão tratando a classe trabalhadora com descaso. São pessoas que se julgam mais favorecidas que nos maltratam com ofensas, porque sabem que eles vão perder financeiramente se conseguirmos ir contra a reforma", avalia.
Jaqueline de Paula, empresária, 35 anos, disse que considera válida a manifestação e a reivindicação, mas que o grupo acaba passando a mensagem errada. "Não tem organização, ordem e respeito por quem está trabalhando. Sou totalmente contra reforma,mas acredito que existem outras formas de protestar... é desnecessário ir a frente da casa de um deputado, por exemplo", declara.
José Magalhães Filho, de 71 anos, síndico do prédio em frente ao protesto,discorda. Pra ele, os brasileiros manifestam por um único motivo: "porque os políticos eleitos não representam o povo e não se posicionam a favor de seus eleitores".