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Política

Marquinhos diz ser contra reajuste e tenta segurar salários na Câmara

Alberto Dias | 20/12/2016 14:38
Marquinhos Trad (PSD) é contra aumento do próprio salário. (Foto: Alcides Neto)
Marquinhos Trad (PSD) é contra aumento do próprio salário. (Foto: Alcides Neto)

O aumento de 26,3% nos salários do prefeito e vereadores, além de secretários e procurador municipal, previsto para vigorar a partir de janeiro, segue na contramão da política pretendida pelo prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD). Segundo ele, a situação financeira da Prefeitura de Campo Grande, somada aos problemas emergenciais que assolam a cidade, não permitem reajuste salarial ao primeiro escalação do funcionalismo.

Para tentar reverter a situação, Marquinhos procurou o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB), buscando alternativas para revogar a lei aprovada em 2014, durante a gestão do ex-prefeito Gilmar Olarte, que determina o reajuste em janeiro de 2017. "Ponderei (com João Rocha) que estou fazendo uma política de contenção de despesas. E por ser uma lei, eu não posso revogar por decreto, senão eu faria. Também não posso enviar uma mensagem para a Câmara pois, constitucionalmente, a iniciativa deve ser dela".

A solução é que um dos vereadores apresente projeto pedindo a revogação da lei sancionada por Olarte, e que deixava o aumento dos salários justamente para a gestão seguinte. Conforme Trad, tal aumento gera um impacto de quase R$ 7 milhões na folha de pagamento. O montante preocupa o futuro gestor, que já anunciou o corte de comissionados e a extinção de secretarias. "Sou absolutamente contra a manutenção dessa lei, pois não é o momento de se pensar em reajuste", exclamou Trad.

Para discutir o assunto junto ao colegiado, Rocha convocou uma sessão extraordinária para as 9h desta quarta-feira (20), na casa de leis. Na ocasião, além de avaliar a revisão do salário dos altos cargos do Executivo, os parlamentares terão que decidir se sustentam, ou não, o incremento de quase R$ 4 mil nos próprios vencimentos, que passariam de R$ 15.031 para R$ 18.991, sob a justificativa de dois anos de defasagem. Também decidirão se o salário do prefeito continuará em R$ 20.412,42, valor menor que o de alguns prefeitos do interior.

Outro argumento de Trad é que o Município não concedeu reajuste salarial aos seus mais de 20 mil servidores nos últimos dois anos e que aumentar apenas para alguns seria falta de bom senso. "Se a Prefeitura estivesse sadia, se os funcionários pudessem ter esses 27%, se os professores estivessem com o piso nacional, não teria problema. Mas não é o momento. Eu como prefeito tenho que dar o exemplo, então, como vou aprovar o aumento do meu próprio salário?", ponderou Trad, que anunciou o enxugamento da máquina administrativa a partir de sua posse, em 1º de janeiro.

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