Marquinhos vê cidade melhor e diz que taxa de lixo foi "lapso" de sua gestão
"Pergunta para qualquer cidadão se Campo Grande não melhorou? " diz prefeito sobre balanço de um ano de mandato
Tendo de novidade a frase “Gestão sob o Controle de Deus”, a foto de Campo Grande que recobre uma parede no gabinete do prefeito é herança de antigas gestões. Caso o retrato fosse atualizado neste um ano de administração, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) enxerga uma cidade que avançou. Sem querer atribuir nota para 12 meses de mandato, classifica a taxa de lixo como “primeiro lapso” da gestão e reclama de mentiras nas redes sociais.
“Pergunta para qualquer cidadão se Campo Grande não melhorou? Pergunta para qualquer mãe, se a merenda não é mais sadia e saudável? Pergunta para qualquer paciente como eram os remédios nas gestões anteriores? Pega os quatro anos e vê os escândalos de corrupção. Veja uma licitação nossa que recebeu a chancela da ilegalidade. Não tenho bens bloqueados pela Justiça e nem nomeei parentes na Omep e na Seleta”, afirma Marquinhos, durante balanço do ano, em entrevista exclusiva ao Campo Grande News.
Se em janeiro de 2017, as primeiras agendas públicas do prefeito foram para verificar a epidemia de buracos, um ano depois, eles se cristalizam no caminho dos campo-grandenses. “O problema persiste, todavia ele tem diminuído. Da mesma certeza que você diz que os buracos continuam sendo problemas, é a mesma certeza que todos dizem: melhorou, era bem pior”, avalia o prefeito.
Sobre o ano passado, Marquinhos afirma que ouviu no período de transição que a situação
financeira era desesperadora, mas conta que equilibrou as finanças com “choque de gestão”. O prefeito enumera o pagamento de 15 folhas (numa conta que inclui salário de dezembro de 2016 e décimo terceiro), convocação de 1.700 concursados e repasses na Saúde, como Santa Casa, HU (Hospital Universitário), Maternidade Cândido Mariano e Hospital do Câncer.
“Recebemos a saúde pública sem um remédio no almoxarifado e devendo quase R$ 22 milhões aos fornecedores”, rememora. Sob justificativa que é difícil atribuir nota para seu primeiro ano de gestão, Marquinhos afirma que realizou tudo que foi possível.
Taxa e sabotagem – Eleito com 58,77% os votos, o prefeito teve em janeiro de 2018 o período mais conturbado da gestão, com as reclamações sobre a taxa do lixo e filas enormes de contribuintes nas centrais de atendimento. De férias, suspendeu a cobrança.
“Foi o primeiro lapso da nossa gestão. Que graças a Deus, tivemos a humildade de suspender imediatamente a cobrança. Sem precisar de ordem judicial. É necessário dizer também que ninguém sofreu prejuizo e nem há possibilidade de vir a sofrer”, afirma o prefeito.
Ele traça uma trajetória da taxa, cobrada desde 1974 em Campo Grande. No boleto do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) até 2017, era designada apenas como taxas. A cobrança pela limpeza urbana assumiu nova nomenclatura, sendo “batizada” de taxa do lixo, a partir da Lei Complementar 308, publicada em 29 de novembro de 2017 e com validade a partir de primeiro de janeiro de 2018.
Conforme o prefeito, a cobrança é prevista em lei e ressarce os serviços prestados pela CG Solurb, que venceu licitação para fazer gestão dos resíduos sólidos em Campo Grande. Segundo Marquinhos, foi lançado para 2018 o valor de R$ 80 milhões, que equivale ao valor anual para custear o serviço. Enquanto que o seu antecessor Alcides Bernal (PP) lançava somente R$ 30 milhões por não pagar o contrato na íntegra. Entretanto, conforme o prefeito, a empresa recorria a Justiça e os valores eram bloqueados, ou seja, a prefeitura era obrigada a pagar.
Até ser suspensa, 145 mil contribuintes pagaram a taxa do lixo, num total de R$ 28 milhões. A partir de 6 de fevereiro, serão oferecidas opções para reaver o valor. Em outra frente, uma comissão discute a nova fórmula para cobrança. A expectativa é enviar para a Câmara Municipal até março, com distribuição dos boletos em abril.
Apesar de especulação sobre sabotagem ou demissões, o prefeito descarta a primeira e ainda avalia a segunda. “Não acredito em sabotagem, não quero acreditar. Eu posso acreditar em incompetência”, diz.
Redes sociais - “As pessoas passaram uma falsa premissa nas redes sociais e alguns sites de que você não vai precisa pagar a taxa de lixo, não é verdade. Eu repito, a taxa de lixo você paga desde 1974”, afirma. Ainda de acordo com ele, a internet serviu para veicular informações como de que o antecessor não fazia a cobrança.
O prefeito conta que acompanha as redes sociais e reclama de mentiras. “Se você não estiver atento às discussões, você não é um bom gestor. Mas o debate deve ser travado de maneira limpa, honesta. Se quer debater o assunto, vamos debater. Mas sem mentira e sem demagogias”, afirma.
Reviva – Para 2018, o prefeito destaca o projeto Reviva Centro, que inclui o recapeamento de vias da área central de Campo Grande, como a Mato Grosso, Pedro Celestino, Rui Barbosa, 13 de Maio, Calógeras, 26 de Agosto, 7 de Setembro, 15 de Novembro, Barão do Rio Branco, Dom Aquino, Cândido Mariano e Antônio Maria Coelho.
O ano também tem previsão de entrega de seis Ceinfs (Centro de Educação Infantil), distribuídos pelos bairros Vespasiano Martins, Jardim Centenário, Noroeste, Nascente do Segredo, Zé Pereira e Popular. Em fevereiro, será entregue escola no Paulo Coelho Machado. Na educação, o ano começa com a entrega de 250 mil quilos de alimentos para a merenda.