Moka bate boca com Calheiros e diz que senador não é mais líder do PMDB
Uma discussão entre o senador sul-mato-grossense Waldemir Moka e o alagoano Renan Calheiros (ambos do PMDB) chamou a atenção nesta quarta-feira (24) no plenário do Senado e expôs divergências internas entre os peemedebistas. Ao fim do bate boca, Moka afirmou que Renan não falava mais como líder do partido.
O entrevero começou após o discurso de ambos, ao comentar a atual situação do Governo Federal. Primeiro, Renan fez críticas ao Palácio do Planalto. Minutos depois, ele foi sucedido no púbico por Moka, que ao contrário do alagoano, saiu em defesa da gestão do presidente Michel Temer (PMDB).
Moka afirmou que 18 senadores foram ao encontro com Temer, frisando que os problemas enfrentados pelo governo não surgiram agora, mas são consequência de uma soma de situações nos últimos 13 anos.
"É claro que o que todos os senadores fizeram foi exatamente hipotecar apoio em tirar esse país do caos em que nos encontramos, e dizer para a sociedade que não foi esse governo que fez isso, que isso se acumulou ao longo de 13 anos em uma política econômica equivocada", dispara o sul-mato-grossense.
Durante o discurso, Moka foi interrompido por Renan, aos berros, acusando o senador por Mato Grosso do Sul de "puxa-saquismo", que prontamente respondeu à Calheiros. "Mais puxa saco que vossa excelência eu não conheço", retruca Moka.
Renan seguiu a discussão, sendo respondido novamente pelo líder da bancada sul-mato-grossense em Brasília (DF). "Senador Renan, vossa excelência muda de lado e vem aqui para cima. Eu estou tranquilo, quero ignorar vossa excelência. Há muito tempo vossa excelência não fala pela liderança. Há muito tempo".
Em seguida, o presidente da Casa, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), atendeu solicitação de Moka para recompor o tempo de fala e também pediu respeito aos senadores, para que respeitassem as opiniões divergentes. Durante a discussão, foi possível ver alguns parlamentares rindo, principalmente quando Moka e Renan trocaram acusações de "puxa-saquismo".
A situação aconteceu justamente em um dia quente em Brasília, com milhares de pessoas nas ruas protestando contra Temer e, inclusive, incendiando o prédio do Ministério da Agricultura e depredando outros imóveis oficiais. Temer acabou convocando o Exército para garantir a ordem em Brasília.
A reportagem tentou contato com Moka até o fechamento do texto, mas não conseguiu. O vídeo que mostra parte do discurso do sul-mato-grossense e a discussão dele com Calheiros pode ser visto logo abaixo.