Oposição foca licitações e planejamento de Campo Grande em debate
O debate da TV Morena nesta noite teve, mais uma vez, os candidatos da oposição fazendo críticas à administração de Campo Grande. Além da saúde, assunto recorrente, os processos licitatórios e o planejamento da cidade foram temas abordados nos dois blocos finais de perguntas.
Reinaldo Azambuja (PSDB) disse a Edson Giroto (PMDB) que o Plano Diretor da Capital foi mudado em função de novos empreendimentos, o que fez surgir enchentes e problemas com o asfalto. Em resposta, o peemedebista pontuou que, como secretário de Obras, iniciou o processo de remoção das favelas e que se a cidade cresce é porque teve planejamento.
No tema ordem urbana, discutido em perguntas entre Sidney Melo (PSOL) e Marcelo Bluma (PV), a discussão foi sobre a necessidade planejamento urbano. “Não pode permitir que a cidade cresça por conta de empreendimento”, disse Bluma.
Sobre asfalto, Alcides Bernal (PP) e Vander Loubet (PT) falaram de tapa buraco e qualidade do asfalto na cidade. Segundo o petista, o município gasta de forma ineficiente R$ 5 milhões por mês com tapa buraco e deveria priorizar o recapeamento. “Quem sofre de labirintite sofre para andar nas ruas”.
Bernal, por sua vez, atacou e disse que não vai permitir “ilhas sem asfalto e que vai recapear” todas as ruas.
Em relação às licitações, Azambuja e Vander questionaram os critérios dos certames. O tucano afirmou que empresa ligada ao prefeito Nelsinho Trad (PMDB) vence constantemente os processos. Ambos prometeram, como solução, transparência nos processos para resolver a questão.
Farpas – No último debate antes da votação do primeiro turno nas eleições municipais, Giroto adotou postura de enfrent a seu principal rival na disputa, Alcides Bernal.
O peemedebista afirmou que o deputado estadual não apresentou, enquanto vereador de Campo Grande, um projeto sequer para melhorar a saúde, tema que, segundo ele, o progressista prioriza como ataque.
Bernal se defendeu e disse estar sendo vítima de agressões do candidato do PMDB, que voltou a retrucar. “Bernal fala bonito, fala bem, mas não resolve, não tem proposta, não tem um projeto sequer. É a diferença entre quem fala e faz”.
Saúde – Embora outros temas flutuassem no programa, a saúde mostrou novamente ser a maior tônica. Em embate entre Sidney Melo e Giroto, o candidato do PSOL atacou o candidato do PMDB ao perguntar porque a saúde estava tão ruim se os últimos dois prefeitos de Campo Grande são médicos.
“Não sou pau mandado de ninguém”, retrucou o deputado federal. “Vou montar minha equipe e a saúde vai ser resolvida com atuação firme, com a valorização do servidor, que serão capacitados para dar bom atendimento”.
Em pergunta entre Vander e Azambuja, a dívida da Santa Casa foi abordada. “Todo mundo sabe que a intervenção não funcionou. A Santa Casa continua superlotada. A dívida era de R$ 50 milhões e passa dos R$ 100 milhões. E temos R$ 700 milhões de orçamento. Tem que parar de construir um pouco e colocar atendimento”, disse o tucano, enquanto o petista defendeu que o hospital seja devolvido para a Associação Beneficente, antiga mantenedora.
Em outro momento, Bernal e Azambuja discorreram sobre o serviço do Samu e criticaram ambulâncias sem condições de operação. “Temos 30 ambulâncias e apenas 14 atendem. Nosso povo precisa do Samu. Falta gestão de qualidade”, discursou o progressista, enquanto Reinaldo prometeu acabar com a falta de atendimento.
Mais temas – Política de geração de empregos, impostos e o tratamento do lixo em Campo Grande foram outros assuntos abordados ao longo do terceiro e quarto blocos do nono e último debate entre candidatos à Prefeitura da Capital.
Numa pergunta entre Bluma e Bernal, a relação entre estratégia para geração de empregos com crescimento e qualidade de vida foi discorrida.
O progressista prometeu foco na vocação das regiões e qualificação de mão de obra, além de incentivos fiscais para atrair novas empresas e “política tributária justa”.
Em relação ao lixo, num embate entre Giroto e Sidney, o postulante pelo PSOL assegurou que, caso eleito, vai priorizar a situação dos profissionais como catadores e recicladores para transformar o lixo em riqueza para a cidade.
O peemedebista, por sua vez, lembrou do acordo entre Prefeitura e MPE (Ministério Público Estadual) que projeta para o ano que vem a finalização do aterro sanitário e a criação da usina de triagem.
A carga tributária, por sua vez, marcou o choque de ideias entre Vander e Bluma. O vereador falou mais especificamente sobre o ISS que, para ele, precisa de ampliação na base de arrecadação para influenciar de forma consistente no orçamento municipal.
O petista, por sua vez, prometeu reduzir a carga tributária numa política alinhada com o Governo da presidente Dilma Rousseff.
Bluma e Sidney também abordaram a contratação de comissionados na Prefeitura. Ambos prometeram reduzir o número de comissionados. “Muitos têm sido obrigados a declarar voto e participar de caminhadas políticas”, disparou Melo.