Para atingir ex-prefeito, Bernal manda vereadores aliados criar CPI do lixo
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), declarou concordar com a instalação de mais uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal, desta vez para apurar o processo licitatório que acarretou na contratação da empresa CG Solurb, especializada na coleta de resíduos sólidos, durante a gestão anterior.
A ideia surgiu do líder do progressista na Casa de Leis, vereador Marcos Alex (PT), que tentou inserir o tema na CPI do Calote, mas recebeu negativa por parte dos outros integrantes da comissão, sob alegação de que investigar licitações sairia do foco que é apurar informações acerca de contratos de empresas que atualmente prestam serviços à prefeitura, incluindo as que não estão sendo pagas.
Bernal, porém, não escondeu que o intuito de instalar tal comissão é de atingir o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PMDB). “Tem que abrir CPI porque todas as investigações são importantes para a cidade e para a Câmara Municipal. Vários contratos que foram firmados na gestão passada e há denúncias de irregularidades”, disse o chefe do Executivo.
O prefeito ressaltou, ainda, a necessidade de não deixar que a atenção saia da comissão que cuida do escândalo envolvendo a saúde do Município. “Peço, apenas, para que não tirem fico da CPI da Saúde que deve ser prioridade do Legislativo”, finalizou.
Ontem, Marcos Alex afirmou que hoje à noite os vereadores da base aliada se reuniriam para tratar de alguns assuntos, entre eles o possível requerimento para instalação da “CPI da Solurb”. O petista garantiu que o prefeito irá participar a encontro, mas Bernal disse que ainda está esperando contato por parte do líder.
Mesmo antes de o plano ser colocado em prática, a criação de uma nova CPI pode enfrentar dificuldades. Isso porque são necessárias 10 assinaturas, entretanto a base possui somente nove vereadores: Cazuza (PP), Chocolate (PP), José Orcírio Miranda dos Santos (PT), Ayrton Araújo (PT), Marcos Alex (PT), Gilmar da Cruz (PRB), Luiza Ribeiro (MD), Rose Modesto (PSDB) e João Rocha (PSDB).
Caso seja aprovada, está será a terceira comissão instalada na Casa de Leis. Segundos regimentos internos, somente cinco CPIs podem ocorrer simultaneamente. O prazo para finalizar cada investigação é de 90 dias, mas pode ser prolongado se houver necessidade.