Para Jerson, se Câmara cassar Bernal, TJMS devolve o cargo em 24 horas
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Jerson Domingos (PMDB), afirmou nesta terça-feira (8) que a crise política na Capital só tende a se agravar caso a Câmara instale comissão processante e os vereadores aprovem a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). Para ele, o Tribunal de Justiça socorrerá Bernal e dará liminar para que ele reassuma o cargo e a disputa entre Legislativo e Executivo continuará até a decisão judicial de mérito, que pode demandar longa duração.
“Se a Comissão Processante se instalar e for pela cassação do prefeito, eu procuro prever e analiso que o Bernal não fica mais do que 24 horas fora do cargo, porque a decisão final é do Tribunal de Justiça. Pelo que conheço, o Tribunal talvez não deve fazer julgamento jurídico num primeiro momento. Na minha avaliação, vai liminar para o prefeito reassumir até julgamento do mérito”, opinou o presidente da Assembleia, que tem relações institucionais com os poderes Executivo e Judiciário.
Para Jerson, está faltando maturidade e responsabilidade entre dois poderes municipais, Executivo e Legislativo, para se buscar um entendimento a favor de Campo Grande. “Na hipótese de se cassar o Bernal, até que haja o julgamento do mérito no Tribunal, aí sim é que vai ter uma guerra explícita entre Executivo e Legislativo e aí só tem um perdedor, Campo Grande”, avaliou.
Garantiu que sua opinião não é em defesa do Bernal, mas um apelo ao bom senso e à responsabilidade política. “Não apoiei candidatura do Bernal. Votei no Giroto. Mas revanchismo eu deixo de lado. Como homem público cabe a mim tentar ajudar”, declarou o deputado peemedebista. “Tem de sentar, conversar, resolver e acabar com divergência ideológicas, políticas”, defendeu.
Jerson considera que o prefeito Alcides Bernal precisa urgentemente de “um elemento com autonomia para se comunicar com Legislativo e com os outros poderes” a fim de superar a crise. “Falta um agente político na Prefeitura para manter essa correlação”, constatou.
Na opinião de Jerson, a sociedade campo-grandense não vai se influenciar eleitoralmente em 2014 por esse conflito de poderes, não havendo, portanto, que se falar em possibilidade de prejuízo para o senador Delcídio do Amaral, que apoiou Bernal no ano passado. Para ele, a sociedade “vai ignorar esse conflito” entre a Câmara e o prefeito. “Eleitor é politizado, sabe das coisas através da imprensa, da internet. Não vai se pautar porque Bernal está apoiando candidato a, b ou c. Nem Bernal, nem André e nem eu”, disse.