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Política

PF acusa Vander Loubet de receber “caixa 3” da Odebrecht em campanha

Fato teria ocorrido nas eleições de 2010; deputado federal nega acusação e afirma que todo dinheiro que recebeu para campanha foi declarado

Mayara Bueno | 02/03/2018 08:13
Vander é acusado de receber recursos para campanha de 2010 por meio de um inédito esquema de “caixa 3”, deputado nega. (Foto: TVPT/Arquivo)
Vander é acusado de receber recursos para campanha de 2010 por meio de um inédito esquema de “caixa 3”, deputado nega. (Foto: TVPT/Arquivo)

O deputado federal Vander Loubet (PT) é acusado pela Polícia Federal de receber R$ 50 mil por meio de “caixa 3”, um esquema de recebimento de doação inédito, nas eleições de 2010. A conclusão surgiu de investigação que integra inquérito do MPF (Ministério Público Federal). As informações foram divulgadas pelo telejornal “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, desta sexta-feira (2).

Por meio de nota, Vander negou qualquer recebimento ilícito de recursos para sua campanha, afirmando que todo o dinheiro foi declarado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral.

O “caixa 2” consiste em o candidato receber doação e não declara-la à Justiça Eleitoral. De acordo com a reportagem, o “caixa 3”, no entendimento da Polícia Federal, começou com um pedido de Vander Loubet de doação à Odebrecht que teria procurado outro grupo empresarial –no caso, o Petrópolis, do setor de bebidas– para enviar o montante a título de doação.

O Grupo Petrópolis, por sua vez, teria se valido de duas empresas de seu conglomerado para oficializar os repasses. Para a PF, os valores repassados ao deputado federal saíram, na verdade, da Odebrecht, um dos principais conglomerados investigados na Operação Lava Jato. A acusação contra Vander teria surgido na delação de executivos da construtora.

No caso do deputado federal, conforme o inquérito no STF (Supreto Tribunal Federal), a investigação é sobre falsidade ideológica eleitoral.

O dinheiro recebido na campanha de 2010, a pedido de Vander, foi enviado, mas registrado oficialmente como doação de duas empresas do Grupo Petrópolis (Praiamar e Leyroz) porque a Odebrecht não queria aparecer como doadora na campanha do parlamentar.

Contudo, o valor teria sido abatido de uma “conta corrente” mantida pela Odebrecht e pelo Grupo Petrópolis, criada em virtude de obras feitas pela empreiteira para a cervejaria.

Confira na íntegra a nota de Vander Loubet:

"Em relação ao inquérito tendo como base as delações de funcionários da construtora Odebrecht, esclareço o seguinte: as acusações não procedem, são inverídicas. Os recursos recebidos pela minha campanha foram contabilizados como consta na prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral. Repito: todas as doações foram oficializadas, de maneira que não recebi recursos não contabilizados".

Campo Grande/MS, 1º de março de 2018.

VANDER LOUBET
Deputado Federal (PT-MS)

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