PGR denuncia Vander Loubet e mais 4 por corrupção e lavagem de dinheiro
A PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou nesta sexta-feira denuncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o deputado federal sul-mato-grossense Vander Loubet, do PT. Vander é acusado de formar organização criminosa relacionada à BR Distribuidora, lavagem de dinheiro e de corrupção passiva no valor de R$ 1 milhão entre 2012 e 2014, junto a outras quatro pessoas. Entre elas, a esposa Roseli da Cruz Loubet e o cunhado Ademar Chagas da Cruz, além do ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, ligado ao senador Fernando Collor (PTB-AL), e Fabiane Karina Miranda.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a denúncia pede a perda de mandato para o deputado petista e a perda de função pública para os condenados detentores de cargo público. Dentre os fatos da investigação está o de que a Polícia Federal detectou que ele fez viagens no mesmo avião, para o mesmo destino, com o lobista Jorge Luz, suspeito de pagar propina referente a contratos da Petrobras.
Em outro ponto, o doleiro Alberto Youssef contou em sua delação premiada que a pedido do empresário e ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-chefe da área de inteligência do Palácio do Planalto no governo Fernando Collor (1990-1992), fez entregas de dinheiro a um "emissário" do deputado Vander Loubet, o advogado, Ademar Chagas da Cruz. O dinheiro foi entregue entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, segundo Youssef.
A íntegra da denúncia contra Loubet está sob sigilo. Ele era investigado junto ao ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP), também suspeito de ter recebido propina. Vaccarezza, no entanto, não foi incluído nesta denúncia.
Vander foi o sexto parlamentar com mandato denunciado pela PGR ao Supremo, no âmbito da Lava Jato. Também já foram denunciados o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Fernando Collor (PTB-AL), o deputado Arthur Lira (PP-AL) junto ao seu pai Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Nelson Meurer (PP-PR).
No final do ano passado, quando surgiram as primeiras informações de que Loubet era citado nos inquéritos da Lava Jato, a assessoria do parlamentar afirmou, em nota, que Loubet manifestava "estranheza acerca da notícia" e que se colocava "à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível".
O Campo Grande News tentou entrar em contato com o deputado Vander Loubet por telefone, mas até o fechamento desta matéria ele não atendeu nem retornou às ligações. O advogado Ademar Chagas citado na denúncia também não foi encontrado.