Programa "escola sem partido" já tem divergência entre deputados
Antes de ser apresentado na Assembleia, o projeto baseado no programa "Escola sem partido", já traz divergências entre deputados, pois alguns defendem a ideia, alegando ser contra "doutrinação política" nas salas de aula, enquanto outros o definem como uma "censura" aos professores, na hora de lecionar matérias como geografia, história ou filosofia.
A deputada Mara Caseiro (PSDB) já divulgou que pretende apresentar a matéria na semana que vem, faltando apenas fazer algumas adequações. Ela participou do seminário liderado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), que tinha a intenção de esclarecer e defender a proposta a nível nacional.
Na Assembleia alguns deputados já disseram ser a favor, como Lídio Lopes (PEN) e Herculano Borges (SD). "A intenção é proteger as crianças e adolescentes, o projeto não traz nada de censura, mas defende o equilíbrio, toda polêmica sobre ele foi uma forma de distorcer seu conteúdo", disse Borges.
Lídio cita que existem dados e vídeos que mostram professores tentando influenciar alunos, para suas devidas ideologias políticas. "Serei a favor da matéria, pois sou contra a doutrinação política aos alunos, assim como outros questões, foi uma exagero toda polêmica sobre o projeto".
O deputado Rinaldo Modesto (PSDB) defende que o professor apresente a política em um contexto geral, sem fazer defesa desta ou daquela ideologia. "Não se pode é fazer lavagem cerebral, muitas vezes as pessoas usam este espaço (sala de aula) para outros objetivos, sou contra a politicagem", disse o tucano.
Contra - Já a bancada do PT se coloca contra a matéria, ao alegar que é uma espécie de "censura" ao trabalho dos professores. "O programa é um absurdo, como o professor de história, geografia e religião vai se comportar com estas regras? Todo o ser humano é político e tem direito e liberdade de expressão", disse Cabo Almi (PT).
O deputado Paulo Siufi (PMDB), que inclusive foi autor do projeto na Câmara Municipal, admitiu que vai esperar a apresentação da proposta, para então se posicionar. "Vou avaliar com calma e ler os artigos, pois reconheci que meu projeto era muito rígido e poderia gerar conflitos na escola, por isso desisti da ideia, se for mais flexível vou apoiar".
O projeto baseado no programa "Escola sem partido" está em tramitação na Câmara Municipal de Campo Grande. Ele tinha sido vetado anos atrás pelo então prefeito Alcides Bernal (PP). Devido a polêmica, que até apelidou a matéria de "Lei da Mordaça", os vereadores na época resolveram manter o veto.