Promotora cita “golpe” e pede anulação de recurso que pode tirar Bernal do cargo
A promotora de Justiça Ariadne de Fátima Cantú da Silva pediu a anulação do recurso da Câmara Municipal contra a decisão da 1ª Câmara Cível do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que determinou a reintegração de Alcides Peralta Bernal (PP) ao cargo de prefeito de Campo Grande. O julgamento do recurso foi adiado por duas vezes e não há nenhuma previsão de ser novamente pautado ainda este ano.
A Câmara sustentou que o julgamento de 25 de agosto teve ao menos cinco irregularidades. Entre elas, o fato de que Bernal estava cassado do cargo de prefeito quando se candidatou ao Senado e também o fato da Operação Coffee Break ter influenciado na decisão da Justiça.
Conforme o MPE (Ministério Público Estadual), a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que culminou no afastamento do então prefeito Gilmar Olarte (PP), e à época do então presidente da Câmara, vereador Mário César, não interferiu na decisão e tão somente reforçou os indicios de um suposto golpe para cassar Alcides Bernal.
“Ademais, vale ressaltar que os fatos que integram a aludida operação coffee break, amplamente relacionados à existência de um “golpe político em campo grande”, aludem, verdadeiramente, aos mesmos fatos que deram ensejo à propositura da ação popular que desencadeou o recurso em exame, sendo, portanto, de pleno conhecimento da ora Embargante”, diz trecho.
O texto fala ainda em uma nova tentativa de golpe a qual corre investigação na 29ª Promotoria de Justiça com base em denúncias encaminhadas pelo próprio Alcides Bernal. As denuncias citam “a existência de fortes rumores a respeito de um conluio do mesmo grupo político ligado a Gilmar Olarte, que deseja aplicar novamente um golpe político em desfavor de Alcides Bernal, como uma espécie de “Golpe 2”, havendo articulação com a imprensa local para criar instabilidade político-administrativa”.
A promotora argumenta que a população Campo-grandense sofrerá mais uma vez com o afastamento equivocado do Prefeito eleito por meio de legítimo processo eleitoral, com a consequente satisfação de interesses levianos e contrários à ordem social.
Além da anulação do recurso da Câmara Municipal, a promotora pede para que o conteúdo seja anexado ao processo da Coffee Break, que está sob analise da Procuradoria Geral de Justiça.