PSL acusa deputado de infidelidade por não apoiar “bandeiras” de Bolsonaro
Sigla aponta que ações do parlamentar vão contra as bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro
O deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos foi notificado na sexta-feira (22) pelo Conselho de Ética do PSL Nacional, acusado de infidelidade partidária, por quebra de ética e de disciplina estatutária.
No documento, a sigla aponta que ações do parlamentar vão contra as “bandeiras” defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. O deputado já disse publicamente que pretende deixar a legenda para seguir os caminhos do presidente, que pretende criar o Aliança Pelo Brasil, mas está respondendo processo administrativo, segundo o partido, “por não atender os objetivos da sigla e pode perder o mandato”, diz o PSL.
O partido afirma que “por mais de 15 vezes as determinações intrapartidárias da bancada do partido foram vencidas por votos contrários de vossa excelência [deputado Carlos David dos Santos] em projetos de lei propostos pelo partido ou que acompanham suas diretrizes”, citando a redução dos salários dos professores no Estado.
Também cita que em outubro o parlamentar foi contra a proposta de instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades na conta de energia elétrica, proposta inicialmente pelo deputado Renan Contar.
O partido diz ainda que foi convidado pela Executiva Estadual para alinhamento de pautas, mas negou os chamados.
Em nota, o deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos afirmou que pedirá desfiliação do PSL por justa causa. “A todo custo tentam desestabilizar o mandato [...], mais uma atitude de clara perseguição política”, diz trecho do documento. “Tentam impedir a ação parlamentar livre, bem como retirar o mandato que lhe foi conferido pelo povo”, completa.
“Tenho orgulho de seguir com Bolsonaro e apresentado seu nome para Mato Grosso do Sul”, afirma. Diz ainda que não há como seguir orientações partidárias sendo que estas nunca foram apresentadas no Estado. “Ademais, o direito de atuação de cada parlamentar no plenário é individual, na representação legítima de seus eleitores, só havendo exceção quando a liderança de bancada orienta e indica alguma posição política nas votações, o que ainda não ocorreu”, completa.