Reinaldo diz que greve é factoide em retaliação à prisão de Lula
Governador voltou a afirmar que vai à Justiça caso categoria não feche acordo para voltar ao trabalho
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) classificou como factoide a greve dos funcionários administrativos da educação.
“Não sei se eles estão de mau humor por causa da prisão do ex-presidente Lula e por isso querem criar factoides nos Estados”, afirmou ao repetir que para ele, o movimento tem finalidade política, porque a categoria é a única a se rebelar contra a proposta de correção salarial aprovada pelo governo.
A paralisação convocada pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) começou nesta terça-feira (10) e não tem data para terminar. As escolas estão recebendo os alunos, mas falta merenda e limpeza. Os serviços oferecidos nas secretarias das unidades da rede estadual também foram afetados.
Para o governo, a greve fracassou, porque conforme estimou a administração municipal, nem metade da categoria aderiu ao movimento. Mesmo assim, Reinaldo disse publicamente pela terceira vez que vai à Justiça contra o movimento.
Reunião entre Fetems e a Procuradoria Geral do Estado, dentre outros representantes e técnicos do governo, está marcada para o fim desta manhã. “Caso não haja acordo com os administrativos, vamos buscar as vias judiciais. O que não queremos é que os alunos sejam prejudicados”, completou o governador.
Impasse - Na segunda-feira (10), o Sinfae-MS ( Sindicato dos Funcionários Administrativos na Educação de Mato Grosso do Sul) aceitou a proposta do Executivo estadual, que prevê aumento de 3,04%, além de concessão de auxílio alimentação de R$ 100 a partir deste mês.
A administração estadual também se comprometeu a realizar concurso público para contratação de administrativos ainda neste ano e composição de grupo de trabalho formado por representantes do governo e dos servidores, para discutir e elaborar a proposta de reestruturação da tabela salarial dos administrativos da educação, prevendo a incorporação do abono de R$ 200 a partir de 2019.
O impasse está justamente neste último ponto. De acordo com a Fetems, administrativos querem o acréscimo do abono ainda neste ano. O governo alega que por se tratar de ano eleitoral, a legislação não permite e tentará explica isso na reunião.
Nas 367 escolas estaduais – 79 delas em Campo Grande –, são hoje cerca de 8 mil administrativos. A média salarial destes servidores é de R$ 1,3 mil.