Saída de Schidmit é a nova crise na tumultuada campanha de Odilon
Juiz aposentado põe o filho, derrotado nas eleições, para coordenar campanha no segundo turno.
A saída de João Leite Schimidt da coordenação da campanha de Odilon de Oliveira (PDT) é mais uma notícia nos movimentados bastidores da candidatura do pedetista ao governo do Estado. Anunciada pelo próprio Odilon – que confirmou seu filho, Odilon de Oliveira Junior, na chefia das ações a partir de agora– a troca ocorre a menos de 20 dias do segundo turno e pouco depois de o juiz federal aposentado garantir o avanço para a próxima fase da disputa.
Schimidt retornou neste ano ao comando do PDT tendo, entre suas missões, organizar a campanha de Odilon. No fim de junho, porém, ele deixou o cargo em um momento no qual foram apontadas discordâncias na política de alianças adotada – Odilon não teria aceitado fechar alianças com partidos com denunciados por corrupção. Depois, foi informado que a presidência do PDT ficaria com o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), cabendo a Schimidt coordenar a campanha ao governo. Na ocasião, o então dirigente tratou a crise como “boato”.
O segundo desgaste veio em julho, em meio às negociações para formação da chapa majoritária. Até então pré-candidato ao Senado e um dos aliados de primeira hora da campanha pedetista, Chico Maia (Podemos) desistiu da disputa.
Um terceiro lance envolveu, ainda, a indicação da vice da chapa de Odilon. O empresário Herbert Assunção (PDT) havia dado lugar à radialista Keliana Fernandes (Pros) que, em agosto, apontou “inconsistências” no convite – anunciado em nota do partido e, em seguida, retirado para melhor análise interna – e deixou a coligação. O Pros se alinhou ao PSDB na disputa ao governo.
Pedro Chaves – Um último lance ocorreu pouco depois de o PDT confirmar o apoio do PRB ao seu projeto político no Estado.
O senador Pedro Chaves (PRB) anunciou desistir da reeleição e disparou contra a campanha do PDT, apontando que houve uma quebra de acordo com o lançamento de um segundo candidato ao Senado –Humberto Figueiró (Podemos) havia sido escalado para substituir Chico Maia mas, segundo Chaves, os dois projetos teriam pouca estrutura para realização da campanha.
Chaves se retirou da chapa e informou avaliar a desfiliação do PRB, declarando em seguida apoio À reeleição de Reinaldo Azambuja em meio a troca de acusações com Odilon. Ele foi substituído como candidato pelo vereador Gilmar da Cruz (PRB).
Desta vez, a mudança na coordenação de campanha atende, conforme Odilon, à necessidade de contar com alguém “mais próximo” e, por logística, com mais disposição para “uma caminhada mais puxada”. Ele reforçou respeito à figura de Schimidt. Odilon Junior, vereador da Capital e filho do juiz federal aposentado, já vinha acompanhando atos da coordenação da campanha. Ele disputou ainda eleição para deputado federal, ficando como primeiro suplente da chapa –atrás do deputado federal Dagoberto, que se reelegeu.
Nesta sexta-feira (10), Odilon recebeu o apoio do MDB à sua campanha no segundo turno. O partido obteve 11,61% dos votos na primeira fase da disputa com a candidatura de Junior Mochi ao Executivo –que, por sua vez, substituiu André Puccinelli, preso desde julho durante investigações da Operação Papiros de Lama, que apura o suposto uso do Instituto Ícone para recebimento de propinas destinadas ao ex-governador.