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Política

Salário maior para médicos do hospital da criança causa polêmica na Câmara

Kleber Clajus | 25/09/2014 13:03
Suplementação de R$ 4,6 milhões para projeto também foi relembrada (Foto: Kleber Clajus / Arquivo)
Suplementação de R$ 4,6 milhões para projeto também foi relembrada (Foto: Kleber Clajus / Arquivo)

Pediatras com salário três vezes superior ao pago aos demais profissionais, centralização do atendimento e o aluguel do Hospital Sírio Líbanês voltaram a causar polêmica, nesta quinta-feira (25), na Câmara Municipal de Campo Grande. A discussão ocorreu um dia após o Conselho Municipal de Saúde vetar a implantação do Hospital da Criança.

Luiza Ribeiro (PPS) ressaltou que o colegiado não é contrário ao reforço no atendimento de pediatria, mas entende que esta não é a prioridade do município carente de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal e para pacientes da cardiologia, ortopedia e psiquiatria. “Os médicos contratados seriam mais úteis se lotados em postos de saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, pontuou.

A divergência de salários, conforme Loester Nunes (PMDB), pode provocar movimento por reajuste que garanta extensão dos benefícios aos demais profissionais de saúde da rede municipal. O parlamentar, que é médico, defende a implantação da unidade pediátrica e espera que as dificuldades no processo de implantação não levem o prefeito Gilmar Olarte (PP) a “lavar as mãos e abandonar” o projeto.

O líder do prefeito, João Rocha (PSDB), justifica que a divergência salarial existe por conta de teto empregado nas demais unidades de saúde, ante a administração diferenciada prevista para o Hospital da Criança. Ele aguarda que a situação não seja judicializada, apesar de relatórios do conselho terem sido encaminhados para o MPE (Ministério Público Estadual).

Thaís Helena (PT) relembrou suplementação aprovada nesta semana que transferiu R$ 4,6 milhões para a unidade pediátrica. “Não houve escolha porque o projeto incluía também merenda e não se separou a questão do hospital. Ninguém está contra [o projeto], mas queremos fazer da forma correta”, comentou a petista.

Repúdio – Na reunião de ontem (24), os 36 conselheiros de saúde também aprovaram uma moção de repúdio aos vereadores por conta da suplementação. Isso porque para garanti-lo se deixou de investir na construção de 10 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) previstas no Plano Municipal de Saúde (2012 – 2017).

A coordenadora do Fórum de Usuários do SUS, Cleonice Albres, comenta que com a decisão a própria Secretaria de Saúde deixa de cumprir planejamento previamente aprovado, no qual também estava prevista a construção do hospital municipal a partir do próximo ano. Ela explica ainda que houve orientação para que o Executivo cancele decreto que sobre salários três vezes maiores para pediatras do hospital infantil e de aluguel do Sírio Libanês.

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