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Política

Secretária diz que exoneração em massa é para "oxigenar" Cras

Antonio Marques | 06/11/2015 11:20
Marcela Carneiro, secretária da SAS, sendo homenageada pela vereadora Thais Helena por seu trabalho como assistente social (Foto: Divulgação Câmara)
Marcela Carneiro, secretária da SAS, sendo homenageada pela vereadora Thais Helena por seu trabalho como assistente social (Foto: Divulgação Câmara)

Convocada pelos vereadores na sessão de ontem na Câmara Municipal para explicar o motivo da exoneração de 14 coordenadoras de Cras (Centro de Referência de Assistência Social), a titular da SAS (Secretaria de Assistência Social) Marcela Rodrigues Carneiro diz estar tranquila com a decisão promover uma “oxigenada” as unidades e que “a política é pública, por isso não se pode vincular à pessoa para não virar politicagem. Aí não é política pública”.

Marcela Carneiro disse ao Campo Grande News que recebeu com surpresa a manifestação dos vereadores, considerando que as exonerações seguiram decisão puramente técnica e como são cargos de confiança, que são de livre nomeações. “Sou técnica e não política e quero fazer uma gestão técnica para melhorar o atendimento nessas unidades. Por isso, considero importante dar uma oxigenada na equipe”, ressaltou.

A secretária, que é assistente social, disse que foi realizado um diagnóstico em todas as unidades e algumas apresentaram problemas. Por isso, foi necessário fazer essas mudanças para atender a vontade da categoria. “Não estou desabonando a conduta de ninguém. Tem gente que estava na coordenação há anos e a política da assistência social evoluiu”, alertou Marcela.

Além da exoneração nas 14 unidades dos Cras, também foi demitido do coordenador do Cecapro (Centro de Capacitação e Formação Profissional), no Bairro Parque do Sol, e a coordenadora do Creas-Sul (Centro de Referência Especial da Assistência Social) no Jardim Aero Rancho, foi exonerada para assumir a coordenação de um Cras.

Segundo Marcela Carneiro, 80% das novas coordenadoras, que devem assumir a partir da próxima segunda-feira, 9, são do quadro efetivo. Muitos são técnicos dos próprios Cras, que serão remanejados para coordenar uma unidade. “Queremos dar oportunidade para nossos técnicos se tornarem gestores nas unidades. Temos que padronizar o atendimento, seguindo o marco regulatório da assistência social”, explicou.

A secretária lembrou ainda que deve chamar alguns aprovados no último concurso da assistência social, considerando que seriam necessários, de imediato, pelo menos 30 profissionais. Existem mais de 200 aguardanado na lista de espera, mas reiterou não ser irresponsável de admitir em pleno momento de crise financeira. “A ideia seria chamar aos poucos, 10 por vez até completar os 30 em um primeiro momento”, comentou.

Marcela defende que, para o município, é muito mais vantajoso investir no quadro efetivo, que é certo que vai permanecer nas unidades, ao em vez de formar pessoas por de cargos comissionados, que ficam por tempo limitado no serviço público. “A pessoa é formada e depois vai embora”, lembrou.

Em relação a convocação dos vereadores, Marcela diz não ter nada a esconder e que os parlamentares estão certos em fiscalizar o Executivo. Porém, lamentou que quando foi exonerada do cargo em comissão quando o prefeito Alcides Bernal foi cassado ninguém saiu em sua defesa e não teve repercussão. “Ainda fiquei três dias além da data da minha exoneração passando o serviço a colega que assumiu no meu lugar, pois tenho compromisso com o serviço público”, ressaltou

A secretária disse também que os Centros não dependem somente das coordenadoras para o funcionamento, trabalham em torno de 12 a 15 profissionais, dependendo da estrutura de cada unidade. Além da coordenadora, a equipe técnica é composta de duas assistentes sociais, uma psicóloga e uma pedagoga. Na falta do profissional da pedagogia assume outra assistente social. Também tem educadores sociais, agentes cadastradores e auxiliares administrativos.

Marcela Carneiro enfatizou que não é política e sim técnica e está no cargo interinamente e revelou ter dito ao prefeito que não está na secretaria para causar problemas, mas aprimorar o atendimento nas unidades de assistência. Adiantou que as próximas mudanças devem ocorrer nas casas de abrigo. “É decisão unilateral e muitas pessoas que estiveram na secretaria não tiveram coragem de fazê-la”, concluiu.

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