Senadora manda colega de MS parar de ver BBB antes de opinar sobre economia
Discussão entre Soraya Thronicke (PSL) e Beto Pereira (PSDB) foi sobre projeto de socorro aos estados
A senadora Soraya Thronicke (PSL) trocou farpas com o deputado Beto Pereira (PSDB), pelas redes sociais, inclusive dizendo ao colega de bancada federal, para ele “parar de assistir BBB (Big Brother Brasil)”, antes de discutir sobre economia. O motivo do impasse foi projeto que prevê socorro financeiro aos estados e municípios.
Soraya publicou na sua página do “Twitter” que os deputados federais “deturparam” o plano de ajuda aos estados e transformaram o socorro em “obrigação de carregar quem não fez a lição de casa”. Ela se referiu ao projeto aprovado na Câmara Federal, que prevê o repasse de R$ 89 bilhões (estados e municípios), devido a perda de receitas com ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS (Imposto Sobre Qualquer Natureza).
O deputado Beto Pereira respondeu nas redes sociais, dizendo que era fácil dizer que prefeitos e governadores “não fazem a lição de casa”. Ainda acrescentou que “falar, até papagaio fala”, ao mencionar que em dia de eliminação do BBB, diriam a ela: “Sai do castelo, senadora. Vem aprender como é ser gestor”.
Foi então que Soraya pediu ao colega que parasse de assistir o programa (BBB) e que antes disto deveria “estudar para opinar sobre economia”. Ainda explicou que quando se referiu a “lição de casa” aos governadores e prefeitos, estava falando da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
A troca de farpas continuou, com Beto dizendo que a senadora vive “confinada em ideologias” e não sabe que em casos de excepcionais é permitido fazer gastos extras à LRF. “Até o seu presidente precisou disso para socorrer os brasileiros. Vá estudar antes de opinar sobre gestão pública”, completou.
Repercussão – Em entrevista ao Campo Grande News, Beto Pereira disse que a “troca de mensagens” mostra posições antagônicas entre eles sobre o tema e que este momento é “salutar” a divergência de posições, ao dizer que na sua avaliação, a senadora está “equivocada” sobre o assunto.
“Este projeto foi aprovado com a adesão de 80% dos deputados, se trata de uma garantia mínima de sobrevivência aos estados e municípios, que será em um período de emergência, caos não ocorra, teremos um colapso nas finanças”.
Por meio da assessoria, a senadora disse que não foi uma "troca de farpas" e sim posições diferentes. "É apenas um posicionamento político distinto, que mostra claramente de que lado cada um de nós está. Como sempre, estou do lado do Presidente (Jair) Bolsonaro e da população em defesa de uma política transparente e responsável com o dinheiro público".
Impasse – A questão que está gerando divergência é que os deputados aprovaram o projeto de socorro ao estados, em que a União poderá pagar R$ 89 bilhões em relação as perdas que eles tiveram na arrecadação de ICMS e ISS. Já a União não concorda com a proposta e tinha a alternativa de repassar R$ 40 bilhões, tendo contrapartida dos entes federados.
A proposta foi enviada para o Senado Federal, que irá analisar a questão. A senadora Simone Tebet (MDB) adiantou que o projeto deve ter mudanças, em busca de um texto que tenha o consenso entre o Palácio do Planalto e os deputados federais.