De olho em título de Patrimônio Mundial da Unesco, Forte Coimbra será reformado
Riedel confirmou construção de nova estrada que ligará Corumbá ao monumento, com invetimento de R$ 40 milhões
O Forte Coimbra, um dos maiores marcos históricos da defesa do Brasil e de Mato Grosso do Sul, está prestes a passar por uma restauração completa, com o objetivo de receber o título de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. A intervenção, que promete revitalizar este ícone da memória militar e cultural brasileira, contará com investimentos de R$ 19,8 milhões, captados por meio da Lei de Incentivos.
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O Forte Coimbra, um marco histórico de defesa do Brasil e de Mato Grosso do Sul, será revitalizado com um investimento de R$ 19,8 milhões, visando obter o título de Patrimônio Mundial da Unesco. O projeto foi formalizado entre o Comando Militar do Oeste e a APPA, com apoio do governador Eduardo Riedel. Localizado no Pantanal, o forte tem potencial turístico e histórico significativo. A revitalização incluirá melhorias estruturais e criação de espaços culturais. Construído em 1775, o forte desempenhou papel crucial na defesa do Brasil, especialmente durante a Guerra da Tríplice Aliança.
O acordo para a revitalização foi assinado no final da tarde de quinta-feira (13), durante uma solenidade que contou com a presença do governador Eduardo Riedel. O pacto foi formalizado entre o CMO (Comando Militar do Oeste) e a APPA – Cultura & Patrimônio (Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes), sendo assinado pelo comandante do CMO, general Luiz Fernando Estorrilho Baganha, e pelo presidente da APPA, Felipe Vieira Xavier.
O governador Eduardo Riedel destacou a importância histórica do Forte Coimbra, que representa um símbolo da luta pela consolidação do território brasileiro, especialmente no contexto sul-mato-grossense. Localizado às margens do Rio Paraguai, em Corumbá, o forte tem grande relevância tanto no aspecto histórico quanto no potencial turístico, já que está situado no coração do Pantanal, uma das regiões mais ricas em biodiversidade do planeta.
“Ao olhar o Forte Coimbra do ponto de vista contemporâneo, percebemos que, além de seu valor histórico, ele carrega um grande potencial turístico, com um forte significado ambiental, por estar na região do Pantanal. É um equipamento que extrapola a fronteira de Mato Grosso do Sul”, afirmou o governador Riedel. Ele também enfatizou a importância da construção de uma nova estrada que ligará Corumbá ao forte, com um investimento de R$ 40 milhões, que visa facilitar o acesso e impulsionar o turismo cultural e a educação patrimonial.
O comandante do CMO, general Luiz Fernando Estorrilho Baganha, lembrou que 2025 marca o 250º aniversário do Forte Coimbra. Ele declarou que a revitalização do forte transcende o contexto militar, representando um verdadeiro símbolo de brasilidade.
“Esta não é apenas uma ação do Exército, mas um gesto de valorização da nossa história e cultura. A data de 250 anos do Forte Coimbra nos motiva a cuidar deste patrimônio histórico, e a parceria com a APPA é um passo importante nesse processo”, disse o general Baganha.
Felipe Vieira Xavier, presidente da APPA, ressaltou que o Exército Brasileiro é uma das instituições que mais preserva o patrimônio histórico e cultural do país. Ele também destacou a expertise da APPA, com 32 anos de experiência na restauração de bens culturais, incluindo projetos como a Fortaleza de São José de Macapá (Amapá) e o Real Forte Príncipe da Beira (Rondônia), ambos também candidatos ao título de Patrimônio Mundial da Unesco.
A restauração do Forte Coimbra incluirá intervenções em diversas áreas, como a estruturação do telhado, melhorias no sistema hidráulico e elétrico, acessibilidade e a criação de espaços que contarão a história do próprio forte, do Mato Grosso do Sul, do Exército Brasileiro e da população fronteiriça.
Passado e presente - Construído em 13 de setembro de 1775, o Forte Coimbra foi projetado pelo coronel engenheiro Ricardo Franco de Almeida. A edificação foi estrategicamente posicionada à beira do Rio Paraguai para garantir o domínio sobre a navegação fluvial da região. Ao longo dos séculos, o forte desempenhou um papel crucial na defesa do Brasil, especialmente durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), quando foi alvo de invasões.
A museóloga e primeira tenente Kauanna Lourdes, da Assessoria Cultural do CMO, descreve a importância histórica da construção. “O forte foi erguido em um local estratégico, pensado para fortalecer a defesa militar do país, e se tornou palco de eventos históricos significativos, como os ataques que presenciou durante a Guerra da Tríplice Aliança", explica a tenente.
Kauanna detalha ainda que o Forte Coimbra foi inicialmente construído com muralhas de pedra e, mesmo incompleto, resistiu aos primeiros ataques. “Em 1801, foi o local de um dos primeiros confrontos da Guerra da Tríplice Aliança, quando o forte foi invadido pelas tropas paraguaias. Depois, em 1864, o forte caiu novamente sob domínio do Paraguai, permanecendo sob controle paraguaio por quatro anos. Somente após a guerra, em 1868, ele foi reconstruído pelos brasileiros, mantendo as características que o tornaram o monumento que conhecemos hoje”, relata a tenente Kauanna.
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