O Forte Coimbra que viabilizou as fazendas pantaneiras
O Forte Coimbra foi construído para combater indígenas - especialmente os paiaguás - e impedir o avanço das tropas paraguaias. Teve sucesso por longo tempo. Não existiriam fazendas sem esse paupérrimo defensor dos interesses do brancos do Brasil.
Apenas estacas.
O forte, elevado perto da vila de Miranda, em 1.799, por ordem do governador Caetano Pinto Montenegro, não passava de uma estacada elevada em pau a pique. Era isso, apenas pedaços de pau altos. Tinha formato geométrico de um quadrado. Havia áreas destinadas a armazéns, capela, casa do comandante, cozinha e despensa. Também tinha área destinada a paiol de pólvora, poço, prisão, enfermaria e quartos para oficiais. Além dos brancos, que viviam dentro desse forte, havia numerosa população de indígenas nas proximidades.
Sempre ruína.
Todavia, há uma especificidade desse forte que chama a atenção. Era mantido sempre em estado de ruína, carente de espaços e alojamentos adequados para abrigar os soldados. Sofriam frequentemente com as febres seguidas de doenças proliferadas pelas cheias do pantanal, que inundavam os terrenos e chegavam a atingir os quintais das moradias. Faltavam alimentos, muitas vezes supridos pelos fazendeiros da região graciosamente.
Salário baixo e muito perigo.
Os militares recebiam baixos salários e habitavam ranchões cobertos de capim e barracas feitas de tecido ordinário, que logo desmanchava. As poucas moradias desocupadas eram alugadas por preço elevado. Viviam sob constante resistência ativa dos indígenas e a pressão dos vizinhos do Paraguai, também interessados na ocupação. Três povos - indígenas, descendentes de portugueses e de espanhóis - se digladiando por uma região perigosa. O interesse era a ocupação de imensos territórios propícios à criação de gado. Havia boas pastagens e saleiros que engordavam o gado sem maiores esforços. Os paiaguás foram derrotados, antes e durante a guerra contra as tropas de Solano Lopez. Os cadiveos e terenas, ao final, se tornaram aliados. As fazendas de gente saída de Poconé e de Paranaiba, tomaram conta da região.
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