Vereadores aprovam título de visitante ilustre para Jair Bolsonaro
O presidente cumpre agenda no interior do Estado nesta sexta-feira, mas não teve unanimidade na Câmara
A Câmara de vereadores de Campo Grande aprovou proposta de concessão do título de cidadão ilustre ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), em sessão desta quinta-feira (13). Foram 22 votos favoráveis, entre 29 parlamentares.
A votação teve debates acalorados, com o foco na pandemia de covid-19, mas no fim, a honraria passou tranquilamente. Cinco parlamentares foram contrários. Outros dois não votaram, o presidente Carlos Augusto Borges (PSB ) por só dar seu veredicto em caso de empate, e João Rocha (PSDB), que não estava presente.
De autoria do vereador Tiago Varga (PSD), a proposta foi feita às vésperas da visita do presidente, marcada para manhã desta sexta-feira (14), aos moradores do Assentamento Santa Mônica, em Terenos, município que fica a 25 quilômetros da Capital, para entrega de títulos de propriedade rural aos moradores. O presidente desembarca em Campo Grande para ir até o local da agenda.
Assim como outros vereadores, Vargas alegou que a concessão do título se justifica pelo fato de envolver o presidente da República. “Ele foi eleito por milhares de brasileiros”, argumentou.
A justificativa foi a mesma adotada pelo vereador Juari Lopes Pinto (PSDB). “Não votei nele. Não concordo com ele e jamais votarei nesse presidente”, afirmou para depois dar voto favorável ao título.
Ao declarar voto, o vereador Roberto Santana dos Santos (Republicanos) relembrou o lema da atual gestão na Presidência. “Sim. Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
Contrários - A bancada petista foi contra a proposta e citou a pandemia de covid-19 e a condução do governo federal sobre o assunto para isso. “Em respeito às famílias enlutadas do País, com mais de 400 mil mortos, eu volto não”, afirmou Airton Araújo.
Camila Jara citou as negligências do presidente na gestão da pandemia para também proferir voto contrário.
Marcos Tabosa (PDT) ressaltou que não tem nada contra o cargo de presidente, mas não tinha como proferir voto para a favor do “quarto cavaleiro do apocalipse”. André Luis (Rede) também jusitificou o voto contrário. “Como médico e veterinário eu deveria votar sim em homenagem ao gado que o segue, mas como cientista eu voto não”, provocou. Beto Avelar (PSB) também rejeitou a proposta.
Em voto favorável, o Alírio Villasanti Romero 22 (PSL), afirmou ser uma incoerência atribuir as mortes em razão da covid-19 ao atual presidente. Epaminondas Vicente Silva Neto (Solidariedade) também votou sim e aproveitou para alfinetar os colegas contrários a concessão do título. “Nós temos muitos problemas no Brasil e o principal deles é usar tudo e todos como palanque político”, afirmou.