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Política

Vereadores criticam secretários de Bernal; Alex os chama de “facistas”

Zemil Rocha e Jéssica Benitez | 09/04/2013 17:39
Alex diz que oposição está sendo antidemocrática (Foto: Arquivo)
Alex diz que oposição está sendo antidemocrática (Foto: Arquivo)

Diante da posição de insatisfação demonstrada pela maioria dos vereadores na reunião de ontem da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara de Campo Grande, em que foram ouvidos dois secretários do prefeito Alcides Bernal, o líder do chefe do Executivo, Marcos Alex Azevedo de Melo, o Alex do PT, considerou antidemocrática a postura dos colegas e chamou-os de “facistas”. Na tarde de segunda-feira, os secretários Gustavo Freire (Receita e Governo) e Wanderley Ben Hur (Planejamento e Finanças) explicaram atos financeiros e orçamentários da administração municipal, mas não convenceram os vereadores oposicionistas, que são pelo menos 21 dos 29 integrantes da Casa.

“O oxigênio da democracia é o debate, mas a oposição não vai ganhar o debate no grito, usando a maioria como escudo”, afirmou Alex do PT nesta manhã de terça-feira, ao ser questionado sobre a audiência de ontem. “A postura da oposição é facista...estão tentando impor um pensamento usando a maioria como força e abusando disso”, acrescentou.

Indagado se a palavra “facista” não seria muito dura, Alex do PT respondeu: “Tenho que dizer a verdade, porque se não é como se eu fosse conivente”. Para ele, os vereadores da oposição estão, abertamente, numa “atitude de intimidação, para causar desgaste político, mas não vai ser suficiente porque a base tem sustentação”.

Segundo Alex, prova de que a audiência foi produtiva é o fato de ter durado três horas e meia. “É a primeira vez que os secretários vão à Câmara prestar informações e, se as respostas tivessem sido insatisfatórias, audiência teria durado só 15 minutos”, disse ele, esclarecendo que as respostas que foram consideradas insuficientes vão ser complmentadas por meio de ofício.

Já o presidente da Câmara da Capital, vereador Mario Cesar (PMDB), criticou a postura do líder do prefeito, Alex do PT, na audiência de ontem. “O líder deveria dar exemplo e não ficar colocando lenha na fogueira”, declarou o dirigente. “Acho postura de Luiza Ribeiro e Alex errada. A Luiza tem entrado em assuntos que não lhe competem”, emendou.

Grazielle Machado (PR), presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, que presidiu a audiência de ontem com os dois secretários de Bernal, disse que ficou bastante preocupada depois da reunião. “Eu sou uma vereadora independente. Na gestão passada, do Nelsinho, os vereadores sentiam estabilidade e agora a situação é de instabilidade. E isso está refletindo não só no relacionamento entre Executivo e Legislativo, mas também no crescimento de Campo Grande”, disse ela.

Segundo a vereadora, na gestão de Nelsinho se houvesse alguma dúvida buscava-se o diálogo. “Constantemente éramos chamados para reuniões. Agora sequer uma ligação do Bernal a gente recebe”, comparou. Questionada se vai também investigar, caso também tiver ocorrido irregularidade na gestão passada, ela garantiu: “Não tenho medo de debate e se for preciso chamo os ex-secretários também. Na minha comissão não tem protecionismo”.

Na mesma linha que o correligionário Alex do PT, o vereador Zeca considerou que a audiência foi um evento programado para desgastar secretários do prefeito Alcides Bernal. “A audiência de ontem foi uma demagogia danada, um jogo de pegadinhas sem sentido prático, com único objetivo de desgastar a imagem dos secretários de Bernal”, declarou.

Já Airton Saraiva (DEM) lamentou que não tenha sido respondido os gastos com os contratos emergenciais por causa do combate à dengue em Campo Grande. “Ontem as respostas foram vazias”, criticou o vereador. “Perguntei por que as obras estão paradas e a resposta é de que os contratos estão em andamento e aí pedi cada contrato para análise”, afirmou, referindo-se a obras como as dos Centros de Educação Infantil (Ceinfs), postos de saúde e da Avenida Júlio de Castilhos.

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