Vereadores dizem que MPE foi induzido a erro por depoimentos forjados
O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) foi induzido ao erro na Operação Coffee Break, dizem vereadores de Campo Grande. A operação apura suposto esquema de corrupção para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
Os comentários dos parlamentares são referentes à denúncia de que o guarda municipal Fabiano Neves foi coagido e chantageado, supostamente a mando de Bernal, a adicionar fatos ao depoimento que prestou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
“O MPE foi induzido ao erro”, afirma o vereador Mario Cesar (PMDB). O parlamentar, que chegou a ser afastado em 25 de agosto por conta da Coffee Break, lembrou o relato de Carlos Pereira, ex-assessor do prefeito, que disse, no ano passado, que testemunhas foram orientadas nos depoimentos ao MPE. Ele chegou a falar na tribuna da casa de leis, a respeito do assunto, em dezembro.
Para ele, não houve fraudes por parte do Ministério Público, mas sim pelas pessoas “que não cumpriram com a verdade”, discurso endossado pelo vereador Jamal Salem (PR). “Acho a situação grave por envolver o MPE, mas não considero armação deles”.
Um dos que foram ouvidos pelo Gaeco, o vereador Paulo Siufi (PMDB) disse "não ser novidade" a denúncia de depoentes que sofreram coação. Ele cobrou explicação do Ministério Público sobre a “grave situação”, se não, cobrará do Conselho Nacional do MPE, promete.
Nesta manhã, o guarda municipal, que trabalhava como motorista do prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP), foi até o Gaeco se colocar à disposição para um novo depoimento da Coffee Break. Apareceu no Gaeco com uma cópia de áudio de conversa entre ele e o advogado Antonio Trindade. São 36 minutos de diálogo que, pela versão do ex-motorista, confirmam que partes do depoimento foram forjados.