Vereadores rebatem críticas de Bernal e o pedem para parar com "conversa fiada"
A declaração do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), que desafiou a votação ou não para a abertura da comissão processante, algo que pode resultar em sua cassação, repercutiu entre os vereadores na manhã desta quarta-feira (9), durante sessão comunitária na Escola Municipal Maestro João Castro bairro Campo Novo. Em tom de desabafo, alguns deles chegaram a qualificá-lo como responsável por “manobras sujas” e ainda pediram a ele para parar com a “conversa fiada”.
O presidente da casa, vereador Mário César (PMDB), comentou que se lembra “muito bem” da data que teve o seu mandato suspenso e aguardou a decisão da Justiça. “Eu fui cassado sob a acusação de supostas irregularidades e fiquei no cargo por liminar. Porém o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) julgou nesta semana e, por unanimidade, foi provado que não cometi nenhum crime eleitoral. Se existem tantas acusações contra ele [Bernal], porque não enfrentar a processante?”, questiona.
Para o vereador, esta também seria uma maneira de Bernal “dar legitimidade” ao seu mandato. “Esse imbróglio que a Câmara e o Executivo vivem porque não há diálogo e resultado da falta de governabilidade. Não temos saúde física no mandato e até por conta da gestão ineficiente, os vereadores ficam brigando entre si”, fala o vereador.
Indignada também com a declaração do prefeito, que ressaltou que “o PMDB está prejudicando Campo Grande”, a vereadora Carla Stephanini (PMDB) disse, em resposta, que a maioria é oposição porque ele é “insuficiente” para Campo Grande. “Nosso partido tem o que mostrar de realizações, ele não. E você ajuda quem quer ser ajudado. Bernal não quer construir governabilidade e se negou ao diálogo desde o período de transição”, desabafa a vereadora.
Já Airton Saraiva (DEM), comentou a maneira com que o prefeito tem se dirigido aos vereadores. “Primeiro que ele não fala a verdade e joga a culpa na Câmara. Sei que mobilizou alguns vereadores para impedir a processante até às 2h da manhã da véspera, então esta é uma “conversa fiada” de quem não assume as suas responsabilidades. Não vai ter governabilidade nunca”, comenta o vereador.
Também chateada com o desentendimento entre os poderes, a vereadora Juliana Zorzo (PSC), comentou que “a Câmara tem levado cassete do Executivo”, alegando que não fazem o seu serviço. “Estamos aqui porque acreditamos em uma política séria e não vamos admitir safadeza, como o que aconteceu ontem, que se utilizou de uma manobra suja com gente que não era nem de Campo Grande”, diz a vereadora ao se referir da manifestação que lotou o plenário da Casa de Leis.
O último a comentar o assunto, o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), argumentou: "Queremos que o prefeito faça acontecer. Este é o principal interesse da Câmara Municipal de Campo Grande", finaliza.
