A cidade pelo olhar de Celine, Paola e Melina: trigêmeas que “nasceram notícia”
Como mostram as imagens e números, as meninas e Campo Grande cresceram
Uma jornada de 7.375 dias separa as fotografias dos bebês Celine, Paola e Melina, que “nasceram notícia” em 17 de junho de 2003, como comprova o arquivo do Campo Grande News, das jovens universitárias deste agosto de 2023.
Se há 20 anos, as meninas nascidas na Santa Casa vieram a se somar aos 705.945 campo-grandenses. Hoje, elas estão entre os 897.938 moradores da cidade, que comemora 124 anos. Como mostram as imagens e números, as meninas e Campo Grande cresceram.
Para Celine Marques Gratis, 20 anos, o trânsito é o que mais chama a atenção, com os desafios de mobilidade urbana numa cidade com 643.710 veículos registrados no Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Já o elogio vai para as opções de lazer.
“O trânsito mudou muito e tem mais lugares de lazer. A gente percebe que a população aumentou. Antes tinha muitos lugares sem casas, os terrenos baldios. Agora, onde você vê tem casa, casa, casa. Mas Campo Grande ficou bem mais bonita”, diz Celine, que faz graduação em Estética.
Na hora do lazer, a preferência é por shopping, seguido pelo Parque das Nações Indígenas. “Aqui é uma cidade com clima muito bom. Às vezes esquenta bastante, esquenta. Mas não é uma cidade que vive chovendo e alaga tudo. Tem bastante árvore, bastante animal, as araras, as capivaras”, afirma Celine sobre sua terra natal.
Estudante de biomedicina, Melina lembra as mudanças no Centro da cidade. Na infância, elas iam com a avó para passear nas lojas, as três de vestido igual para não dar briga.
O transporte era o ônibus; hoje, usam carro de aplicativo. Com o limite de três pessoas no veículo, todas no banco de trás, agora uma sempre fica, enquanto duas irmãs e a avó rumam para o Centro.
“Acho que o Centro mudou bastante, as lojas são bem diferentes”, diz Melina, que se recorda de lojas de tecido, aviamentos. E prossegue: “A gente sempre ia de ônibus, que era mais barato e mais fácil”.
Aos 20 anos, elas contam que evitam sair em trio. O motivo é porque trigêmeas chamam muita atenção das pessoas, que ficam olhando até compreensão de que sim, se trata de três com a mesma fisionomia. “A gente estava no shopping, na escada rolante e as pessoas encarando: será que estou vendo três mesmo”, diz Paola, que cursa Direito.
Vinte anos depois de registrar as meninas que nasceram com seis meses de gestação e que ficaram 30 dias em incubadoras para ganhar peso, o Campo Grande News encontrou as trigêmeas em casa, no Bairro Santo Amaro.
Num dia típico de agosto, de vento forte e tempo seco, a entrevista inclui um tour pelos álbuns de fotografia das trigêmeas, lá no comecinho dos anos 2000.
Quando a televisão era de tubo ou as pequenas estudantes operavam computadores com monitores CRT (tubos de raios catódicos), volumosos, pesados e com baixíssima resolução de imagem.
Dessa memória, vem à lembrança de Celine a brincadeira irresistível da meninada. Correr para se aproximar da televisão recém-desligada e aproveitar os efeitos eletricidade estática, que arrepiava os pelos do braço.
Eram as pequenas peraltices nesse tempo que só “anda de ida”, como anotou Manoel de Barros.
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