Parece que foi ontem, mas há 20 anos, cidade tinha locadora e lojas de R$ 1,99
No lazer, o Parque das Nações Indígenas já era bastante procurado e tinha até pedalinho
Há 20 anos, falar de Campo Grande era se referir a uma Capital com 705.975 habitantes onde se podia buscar fita VHS na locadora ou se divertir comprando CD no Camelódromo, isso quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) não fazia operação no centro comercial.
O arquivo fotográfico do Campo Grande News do ano de 2003 revela uma cidade ainda expostas às mazelas do Lixão, a montanha de detritos que unia adultos e crianças no garimpo de materiais recicláveis. Atualmente, os resíduos são levados para o aterro sanitário.
Há duas décadas, se iniciavam obras hoje lugar-comum no cenário cotidiano, como a Penitenciária Federal, na saída para Sidrolândia, ou o prédio do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), no Parque dos Poderes.
Também há construções icônicas, que passa anos e mais anos sem desfecho, zombando do dinheiro público e revelando a inoperância da administração pública.
Neste contexto, o grande destaque é o hoje Centro de Belas Artes, no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Plutão, no Bairro Cabreúva.
Em 1991, no governo de Pedro Pedrossian, o projeto previa a construção de uma nova rodoviária em Campo Grande. Inclusive, no ano de 2003, a fachada ainda exibia o letreiro “Terminal Rodoviário Engenheiro Euclides de Oliveira”.
Passados quinze anos, em 2006, a obra saiu das mãos do governo e passou a ser administrada pela prefeitura, que anunciou a construção de um Centro de Belas Artes.
Parte dos 14 mil metros quadrados de estrutura são marcados por milhões financiados sem que a obra chegasse ao fim. Desde sempre, a crônica do “elefante branco” é de anunciar sucessivos prazos de inauguração, captação de recursos federais e processos de licitação. O Portal de Obras Públicas de Campo Grande informa que 11% do projeto foi concluído.
No cotidiano, a cidade se via às voltas com assaltos a ônibus do transporte coletivo, praticamente zerado após o cartão eletrônico. Há duas décadas, matérias retratavam a falta de moedas no comércio (o que parece ser literalmente outra vida diante da praticidade do Pix), orientações para evitar devolução dos cheques e o aumento das lojas de R$ 1,99, clássico que desapareceu de cena.
No lazer, o Parque das Nações Indígenas já era bastante procurado, mas, no ano de 2003, tinha até pedalinho para passear pelo lago principal. A diversão incluía passar na locadora de vídeos e levar para ver em casa uma produção estrelada como “Um Sonho de Liberdade”, lançado em 1994. Agora, o mesmo filme pode ser assistido em canal de streaming.
Nas bancas de CDs, o grupo Rouge ficava na primeira fila, que, 20 anos depois, ainda segue na lembrança de muitos com o refrão da música Ragatanga, o inconfundível “aserehe ra de re, de hebe tu de hebere seibiunouba mahabi an de bugui an de buididipi”.
Já a Feira Central, carinhosamente chamada de Feirona, ainda era na Avenida Mato Grosso. Vinte anos depois, espalha cores e sabores pela Esplanada Ferroviária.
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