Em agenda na Sudeco, prefeita discute retomada de obras no Centro de Belas Artes
Além do "elefante branco", foram discutidos projetos estruturantes para Capital, como drenagem e pavimentação
Na manhã desta terça-feira (23), a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, que está próxima de migrar para o PP (Progressistas), esteve em Brasília cumprindo uma agenda oficial com a chefe da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), Rose Modesto. Durante o encontro, foram discutidos projetos para a Capital, com ênfase na retomada de obras paralisadas e na execução de obras estruturantes, como drenagem e pavimentação.
Um dos principais assuntos abordados na reunião foi a finalização do Centro de Belas Artes, um empreendimento que há mais de três décadas enfrenta atrasos e é considerado o maior "elefante branco" da história de Campo Grande.
"A reunião foi extremamente positiva e produtiva. Rose é da nossa cidade, e sentimos que ela terá um olhar especial para Campo Grande. Durante a agenda, juntamente com nossos secretários, apresentamos projetos importantes para a Capital, como a retomada de obras paralisadas e iniciativas de drenagem e pavimentação", destacou a prefeita.
Além captação de recursos por meio da Sudeco, o encontro serviu ainda para estreitar os laços da prefeitura com outras pastas do Governo Federal, principalmente com o Ministério do Desenvolvimento Regional. “Falamos sobre alguns projetos que podem ser feitos em parcerias com a Sudeco, ou até mesmo fazendo pontes com outros ministérios pra poder ajudar Campo Grande”, enfatizou Rose Modesto.
No período da tarde, a chefe do Executivo Municipal tem agendado encontros com a senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina; uma reunião no Ministério da Cultura; e também encontros com representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
32 anos de espera - Iniciada em 1991, a obra localizada no Bairro Cabreúva, seria originalmente a nova rodoviária de Campo Grande, mas brigas judiciais complicaram a execução do empreendimento ainda nos anos 1990. Em 2006, a prefeitura da Capital decidiu dar um novo rumo ao local, transformá-lo em um Centro de Belas Artes.
Com a nova destinação, a obra foi retomada em 2008, quando foi assinado contrato de mais de R$ 6 milhões para a Mark Engenharia executar o projeto, porém, tal projeto ainda não foi concluído e segue se arrastando.
Em 2013, quando 80% da obra estava executada, os atrasos nos repasses provocaram nova paralisação. A empreiteira entrou na Justiça para cobrar supostos créditos pendentes. Em 2017, a atual gestão fez acordo com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul para continuar a obra. A prefeitura viabilizou recursos do Finisa, fez nova licitação e, em 2020 assinou contrato com a Vale Engenharia, vencedora da concorrência pública.
Em maio de 2020, a Justiça suspendeu a retomada da obra em função da perícia a ser realizada para descobrir o que o município ainda devia à empresa que começou a obra. Com a demora no desfecho do processo, a Vale Engenharia e Construção pediu rescisão do contrato, porque as planilhas de custo ficaram defasadas.
Em 2021, foi aberta a nova licitação, que teve participação de sete empresas. O certame foi vencido pela Orkan Construtora em contrato de R$ 4 milhões assinado no início de 2022. No documento, a empresa deveria executar a desobstrução da canalização de água e esgoto e intervenções no subsolo onde, em princípio, poderá funcionar o Arquivo Histórico Municipal, com espaço para o acervo do arquivo municipal e biblioteca, porém nada foi feito e o contrato mais uma vez foi reincidido. As obras no local seguem paradas desde então.