Quem foram os campeões dos micos no noticiário policial?

Em 2023, o que não faltou foi gente pagando mico, passando vergonha, dando vexame e estampando o noticiário policial. Teve padrasto que "esqueceu" criança de 10 anos em barbearia, casal fazendo sexo em carro em frente de academia e até servidores dando amasso em veículo oficial da prefeitura.

Com celular na mão e as redes sociais à disposição, esses flagrantes são sempre captados e enviados para a redação. Como repórter, meu trabalho é checar a veracidade das imagens e das informações e, garanto, até para quem está acostumado a noticiar o inusitado fica difícil acreditar nas peripécias que o ser humano é capaz.

Teve também sexo ao ar livre no Parque das Nações Indígenas e motorista que ao dar uma volta pela cidade destruiu, nada mais nada menos, o carro avaliado em R$ 3 milhões. Tem também o prefeito de Ivinhema, que adora aparecer, flagrado em vídeo, compartilhado nas redes sociais, dando "cavalinho de pau" numa caminhonete. Falando em prefeito, ainda teve gestor levando tombo ao tentar fazer gol em partida de futebol.

Há situações, porém, que o engraçado vira caso de polícia. Em abril deste ano, criança de 10 anos foi deixada em uma barbearia na Avenida Dois, no Bairro Nova Campo Grande, na Capital, pelo padrasto, para fazer corte de cabelo. O responsável pelo menino retornou ao local só na manhã do dia seguinte para pagar pelo corte e pegar o garoto, alegando que havia “se perdido”.

A Polícia Militar foi acionada e a criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar com apoio da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que registrou boletim de ocorrência como abandono de incapaz.

Em maio, casal de 36 e 46 anos foi flagrado fazendo sexo dentro de um Honda Civic estacionado no Bairro Chácara Cachoeira, região nobre de Campo Grande. O veículo estava ao lado de uma academia, em rua movimentada. Acionada, a Polícia Militar chegou a ir ao local, mas o casal já tinha ido embora. Eles foram identificados posteriormente pela Polícia Civil e autuados por ato obsceno. Na ocasião, em depoimento, os dois alegaram “desejo incontrolável”.

No mesmo mês, outro casal, secretário do município de Jaraguari e assistente administrativa, foi flagrado dando “amasso” em carro adesivado com o símbolo e o nome da prefeitura da cidade. A cena foi filmada numa rua do Bairro Cidade Jardim, na Capital. No vídeo foi possível ver a mulher no colo do motorista dando um beijo enquanto recebia carícias no cabelo. Com o movimento de pessoas, a mulher saiu de cima do rapaz. Indagado, o prefeito Edson Nogueira (PSDB) lamentou o fato. Ele disse que os dois eram de sua confiança e iria demiti-los.

Em novembro, mais um casal foi flagrado fazendo sexo ao ar livre no Parque das Nações Indígenas. Por volta das 13h, a dupla estava sentada em área gramada do parque, próximo à pista de caminhada. De acordo com a leitora, que fez o vídeo e encaminhou à redação, o casal percebeu que havia pessoas no local, mas não parou. “Na hora ficamos com muita vergonha e nem lembramos de chamar a polícia. Nem com a nossa presença eles pareciam assustados”, disse na ocasião.

Em dezembro, mais uma vez fazendo jus ao apelido de “mais louco do Brasil”, o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), foi filmado fazendo manobras perigosas ao sair de posto de gasolina onde acontecia encontro de motociclistas. O vídeo divulgado em redes sociais mostra o prefeito cumprimentando o autor da filmagem antes de assumir a direção de uma Chevrolet Silverado.

Sem afivelar o cinto de segurança, o gestor dá partida, ronca o motor e engata a marcha à ré, cantando pneu. Em seguida, deixa o posto de gasolina dando “cavalinho de pau”. Em resposta à reportagem, Juliano Ferro negou ter praticado manobra perigosa.

Falando em prefeito, Angelo Guerreiro (PSDB), de Três Lagoas, aparece em vídeo levando um tombo ao tentar fazer gol. De chapéu (marca registrada), calça, camisa e bota, ele corre para chutar a bola com direito a narração. "É derrubado. É pênalti".

O gestor também é conhecido pelo gosto peculiar para bota. Em um dos eventos que participou na Capital, Angelo Guerreiro usou que tinha cabeça de serpente de verdade na ponta. Segundo ele, tudo era legalizado e cada pé custou R$ 4,2 mil, mas havia conseguido desconto para comprar dois pares que somou um investimento de R$ 12 mil.

Porém, quem recebeu o título do mico do ano foi o empresário e ex-piloto de motovelocidade Aloisyo José Campelo Coutinho, de 46 anos, que se envolveu em acidente com a McLaren 720S Coupé que conduzia. O carro avaliado em R$ 3 milhões ficou com a frente destruída após colidir com mais dois veículos e em seguida “acertar” em cheio uma árvore no canteiro da Afonso Pena, avenida mais movimentada da cidade.

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