Tudo o que você precisa saber sobre a gordura no fígado
Veja sinais que podem indicar que o seu fígado não está bem
Seu fígado tem a sua atenção? Se não, é importante se atentar aos cuidados para que o órgão não fique sobrecarregado. A esteatose hepática, popularmente conhecida como "gordura no fígado", é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura neste órgão. De acordo com a Dra. Dayana Peterle (CRM/MS 14127), quando a gordura presente no fígado ultrapassa 5% de sua massa, ela já é considerada uma doença.
A gordura em excesso no fígado, assim como em outros órgãos, causa uma inflamação de baixo grau, capaz de gerar lesão e fibrose (uma espécie de cicatriz), levando progressivamente à perda da função hepática", alerta a especialista Dayana Peterle.
Causas e consequências
A principal causa da esteatose hepática é a resistência à insulina, o mesmo mecanismo que desencadeia o diabetes mellitus tipo 2.
No entanto, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, incluindo o uso de certos medicamentos, consumo de ervas e chás, ingestão de álcool, doenças autoimunes, e hepatites virais (como hepatite B e C).
A importância de conhecer e entender essa doença é destacada pela Dra. Dayana. Atualmente, a esteatose hepática é a principal causa de cirrose no mundo, superando o álcool e a hepatite C, que antes eram os principais vilões. Consequentemente, ela também se tornou a principal causa de hepatocarcinoma (câncer de fígado) e de transplantes hepáticos.
Prevalência e diagnóstico
Com o aumento dos casos de sobrepeso e obesidade, a esteatose hepática está se tornando uma pandemia silenciosa, acompanhando de perto a síndrome metabólica. Muitos pacientes, ao realizarem um exame de ultrassom, recebem o diagnóstico de "gordura no fígado", sem perceberem a gravidade da condição.
"Por ser assintomática nas fases iniciais, a doença foi negligenciada por muito tempo. Hoje, sabemos que isso é um grande erro e que a esteatose hepática não deve ser ignorada", enfatiza a Dra. Dayana.
Além de ser um problema hepático, a esteatose hepática é considerada um marcador de risco cardiovascular, aumentando as chances de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), que continuam sendo as principais causas de morte no mundo.
Avaliação e tratamento
A avaliação por um especialista é indispensável para investigar a causa da esteatose hepática e realizar uma análise metabólica e cardiovascular detalhada. Pacientes com sobrepeso (IMC ≥ 25), diabetes mellitus tipo 2 ou síndrome metabólica devem ser submetidos a rastreio para esteatose hepática, geralmente através de um exame de imagem como a ultrassonografia de abdome superior.
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Mudanças no estilo de vida
O principal tratamento para a esteatose hepática é a perda de peso através de mudanças sustentáveis nos hábitos de vida. Contrariando a crença popular, não é necessário reduzir o consumo de gorduras saudáveis, como a gordura animal, mas sim adotar uma alimentação com baixo teor de carboidratos e ultraprocessados, além de praticar exercícios físicos. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicações.
Perdas de peso superiores a 10% podem até mesmo reverter algum grau de fibrose hepática. Dra. Dayana finaliza com um conselho:
"Como toda doença crônica, a esteatose hepática necessita de manutenção do tratamento a longo prazo".
Com esse entendimento, é possível enfrentar a esteatose hepática com mais seriedade e prevenir complicações mais graves no futuro.
Prevenção é o Melhor Remédio
Realizar check-ups regulares e agendar consultas preventivas é essencial para manter sua saúde em dia. Esses cuidados permitem a detecção precoce de possíveis problemas de saúde, reduzindo significativamente o risco de emergências e otimizando seu tratamento.
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