Air Nostrum, mais uma estrangeira para operar voos domésticos no Brasil
Aérea espanhola pediu autorização da Anac e pretende estrear rotas nacionais a partir do segundo semestre deste ano
Air Nostrum. O nome agora pode parecer estranho, mas logo estará familiarizado dos brasileiros. É uma aérea espanhola que solicitou autorização para operar voos regionais no Brasil e pretende iniciar as rotas ainda no segundo semestre deste ano, anunciou neste fim de semana o Ministério do Turismo.
O pedido de autorização para operação no Brasil foi apresentado pela companhia na última quinta-feira (6) à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Logo que a certificação for concedida, a empresa poderá pleitear horários de voos nos aeroportos brasileiros.
A Air Nostrum, especializada em voos regionais, tem uma parceria exclusiva com a Ibéria, principal companhia aérea da Espanha, para operar voos regionais na Europa, e transportou 4,7 milhões de passageiros em 75 mil voos para 54 aeroportos em 2018.
Reflexo na passagem aérea - Menos de um ano após a permissão de 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras, este é o segundo pedido do tipo recebido pela Anac. Em maio de 2019, a espanhola Globalia Linhas Aéreas Ltda foi autorizada pela agência a atuar no mercado doméstico.
“A chegada destas empresas internacionais ao mercado doméstico tem tudo para reduzir o preço das passagens no Brasil. O aumento da competitividade beneficia o turista brasileiro e contribui definitivamente para o crescimento econômico e social do país”, disse o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro.
De acordo com a Anac, em rotas aéreas com distância de 1.000 km, por exemplo, a tarifa aérea média cobrada por uma empresa sem concorrente em 2018 foi 33% maior que a praticada em ambientes competitivos (com duas ou mais companhias).
A abertura de empresas que operam voos domésticos ao capital estrangeiro foi permitida a partir de junho de 2019 com a publicação da Lei nº 13.842/19, que eliminou limites de investimento internacional em companhias que pretendem atuar no país. Antes, o Código Brasileiro de Aeronáutica determinava que pelo menos 80% do capital com direito a voto nas aéreas deveriam pertencer a brasileiros - ou seja, restringia a 20% a participação estrangeira.
No setor das aéreas low cost (baixo custo), novas empresas aéreas entraram no mercado brasileiro nos últimos dois anos, como a Norwegian, Sky Airlines, Flybondi e Jetsmart que já operam voos para várias cidades do país, como São Paulo, Salvador, Florianópolis, Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro e Porto Alegre, indo e vindo de Londres, na Inglaterra; Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile. A Virgin Atlantic, uma das maiores companhias aéreas do Reino Unido, iniciará viagens para Londres a partir de março deste ano.