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Acostume-se com as “oscilações” da bolsa de valores

Por Caio Fernandez (*) | 03/03/2020 13:36

Não é novidade que investir na Bolsa de Valores virou moda! Afinal, o Ibovespa teve uma valorização de 25% em 1 ano (base 13/01/2020) e muitas ações com mais de 181% de valorização. Vale lembrar que alguns anos atrás tínhamos uma taxa de juros de aproximadamente de 14% ao ano. Qualquer renda fixa que trouxesse ganhos de 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) poderia render facilmente 1% ao mês.

Porém, o cenário agora é diferente! Com uma taxa de juros próxima a 4,5% ao ano, hoje, o investidor precisa optar por investimentos mais arriscados para almejar um retorno maior. Neste cenário, entram os investimentos em ações e fundos mais agressivos, como os multimercados.

Percebo que muitas pessoas nunca tiveram a experiência de investir nessa modalidade, logo não estão acostumadas com a famosa volatilidade, ou seja, fortes altas ou quedas do patrimônio. A oscilação do patrimônio, se adequada ao perfil de investidor, pode ser de certa forma saudável, porém deve ser muito bem esclarecida para não termos problemas de alinhamento futuro.

É comum, o meu auxilio a pessoas que viram a bolsa subir e quererem agora investir em ações, porém a qualquer momento que nos deparamos com um fato que afeta os mercados, como um bombardeio na Ásia, um novo vírus que pode causar epidemia na saúde, um discurso de presidente, greve dos caminhoneiros... esses investimentos podem sofrer uma queda momentânea, fazendo com que tais investidores fiquem de cabelo em pé e presenciarem a queda forte de algumas ações que já possuem. Resumo que esse perfil de investir aprecia os ganhos desses investimentos, porém se apavoram com os riscos do mesmo, ou seja, estão totalmente desenquadrados.

Acredito que estamos em um novo ciclo econômico e teremos uma taxa de juro “baixa” por alguns anos. Portanto, precisamos mudar a forma de como enxerga os investimentos, aprender a enfrentar e a comprar risco e dividir os investimentos em pequenos objetivos (na qual chamamos de caixinhas), como curto, médio e longo prazos, ou objetivos com investimentos mais conservadores (como o pagamento de escola de filhos) e investimentos mais “apimentados e de longo prazo (como uma aposentadoria).

(*) Caio Fernandez é CEO da IVEST, consultoria de investimentos econsultor de investimentos CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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