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Do outro lado

Heitor Rodrigues Freire (*) | 13/12/2021 13:00

A vida, essa condição criada por Deus Altíssimo para nos proporcionar a oportunidade de contribuirmos com Ele para o aperfeiçoamento da humanidade, é uma fonte permanente das mais variadas situações, que decorrem dos atos, sentimentos, comportamentos, pensamentos e ações de cada um.

Isso nos proporciona uma variedade de eventos, alguns sucedidos naturalmente, outros totalmente inusitados, mas nem por isso menos importantes ou impactantes em nossa vida, e constituem um rico conjunto de aprendizados.

Devemos, naturalmente, procurar entender, a fim de contribuir de forma eficaz para nosso aprimoramento espiritual. O primeiro ponto é de que nada acontece por acaso. Tudo tem uma causa anterior com um efeito posterior decorrente da causa. E assim vamos vivendo e aprendendo, pela eternidade afora.

Com o passar do tempo e a familiaridade natural decorrente do convívio, estabelece-se uma rotina. Em nossa vida familiar, em nossa vida profissional, etc. Quando, de repente, essa rotina é quebrada por um acontecimento inesperado, como a morte, um acidente ou uma operação cirúrgica, recebemos um choque, que nos lembra da transitoriedade de tudo e da importância de viver cada momento como se fosse o último – um deles será –, e a necessidade de estar presente a cada instante, vivendo conscientemente.

Tudo isso vem a propósito de um acontecimento que vivi recentemente: a necessidade urgente de me submeter a uma cirurgia da aorta abdominal, cuja estrutura estava dilatada no grau máximo. Não poderia ser adiada. E assim, de repente, me vi na condição de paciente.

De presidente da Santa Casa de Campo Grande, acostumado a administrar esse gigante, a terceira Santa Casa do Brasil, com mais de 500 pacientes internados diariamente e a complexidade decorrente da sua enormidade, com dificuldades de toda ordem a cada instante, fui recolhido a um leito, olhando para cima, e passei a ser testemunha do funcionamento interno da Santa Casa, com médicos e enfermeiras em ação em torno de mim.

Fui operado pelas mãos santas do dr. Mauri Comparin, cirurgião vascular dos mais renomados, sendo a intervenção coroada de pleno êxito. Quando tive alta da UTI, me vi acometido de uma broncopneumonia, cujo tratamento levou em torno de 6 dias, e assim fiquei internado por todo esse período. Quando estive sob o cuidado direto da dra. Paskale Salazar Vargas e da dra.

Haydée Pereira. Essa experiência me mostrou de perto a qualidade do atendimento da Santa Casa, a dedicação, a solidariedade e a elevada qualificação profissional dos nossos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, pessoal da limpeza, etc. Chega até ser comovente.

 Constantemente recebo mensagens de agradecimento de familiares de pacientes internados, relatando e agradecendo a qualidade do atendimento. Mas ser o sujeito desse atendimento me mostrou o quanto a nossa Santa Casa contribui efetivamente para o tratamento dos pacientes, colaborando para uma alta vitoriosa.

Essa internação serviu também para consolidar nossos laços familiares, com a participação direta da Rosaria e das minhas filhas e netos que se revezaram no cuidado amoroso comigo. A reflexão natural desses momentos serviu também para consolidar a necessidade de me voltar para mim mesmo, de dedicar atenção maior à minha própria saúde, e sobretudo meditar sobre a transitoriedade de tudo.

E, também, dar um valor maior à espiritualidade, que é o caminho natural a ser percorrido a qualquer instante. Enfim, foi um ganho enriquecedor. E agora, de volta às minhas atividades, me sinto saudável e com plena força e vigor.

Graças a Deus. SEMPRE. Agradeço a todos que contribuíram pelo meu restabelecimento. Heitor Rodrigues Freire (*) – Corretor de imóveis e advogado.

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