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Envelhecer não é fardo, é privilégio!

Wilson Aquino (*) | 06/05/2021 08:30

Muitos não sabem, pois ainda não chegaram lá, e muitos que lá estão, ainda não se deram conta da sua grandiosidade: a velhice! Que não é um fardo, mas um inestimável privilégio, do qual só pode desfrutar quem fez por merecê-la.

Indivíduos sempre insatisfeitos com tudo o que a vida lhes oferece, não admitirão nunca a chegada desse estágio da vida e, consequentemente, não saberão vivê-lo com alegria.

Quanto mais cedo o homem e a mulher entenderem que absolutamente ninguém é perfeito e que todos, independentemente de situações financeira, geográfica, cultural ou religiosa, têm problemas de toda natureza e que são obrigados a carregar o próprio fardo na longa jornada da vida, e que isso tudo é assim porque assim é o Plano de Deus para a humanidade, aí então fica muito mais fácil encarar e lutar contra todo obstáculo da vida e seguir em frente com segurança e tranquilidade.

 Homens e mulheres conscientes disso, de que alegrias e sofrimentos fazem parte da vida, viverão muito mais tranquilos e felizes, mesmo durante as tempestades. E ainda mais se estiverem alinhados com os mandamentos e ensinamentos de Deus. Aprenderão a apreciar com sabedoria todas as etapas da vida, especialmente a juventude, a maturidade e finalmente a velhice. É quando desfrutará de tudo o que plantou. Poderá curtir e participar da chegada dos netos e bisnetos; e recordar com orgulho tudo o que passou e executou.

Outra grande bênção dessa fase da idade é o privilégio dado somente aos que chegam lá: conhecimento e sabedoria para ver e ponderar sobre os mais variados temas. Ou seja, os longos anos de estudos, convivências, experiências e oportunidades, alicerçam esse grande milagre na vida de todo idoso, que torna-se mais sereno e sábio.

É prazeroso ver fluir na mente, no coração e nas palavras, conhecimentos e sentimentos que são sabia que possuía, mas que chegam, não de graça, mas por tudo aquilo que um dia vivenciou e plantou.

É por isso que nas culturas indígenas e oriental, por exemplo, os idosos são respeitados, venerados e, o mais importante: são ouvidos porque conquistaram o privilégio de serem sábios em diversos aspectos da vida.

Lamentável que no Brasil estejamos muito longe desse reconhecimento e respeito. Muitos (autoridades, sociedade, inclusive a própria família) pensam erroneamente que a velhice é sim um fardo. Lamentável! Pois não é.

Ser idoso também não é sinônimo de problemas de saúde. Como em todas as idades, todos somos frágeis e susceptíveis a danos físicos, emocionais, mentais e espirituais. Porém, por mais pesados que sejam esses fardos, em qualquer etapa da vida, o que aprendemos com o Plano de Deus é que devemos seguir em frente, com fé e nunca desistir e nem mesmo desanimar.

Pois insisto: Se todos, absolutamente todos, ricos e pobres, religiosos ou não, brasileiro ou estrangeiro, têm os mesmos problemas, variando apenas de graus de afetação, por que então me desesperar e desistir? Não! Sigamos em frente, sempre gratos por tudo o que recebemos.

Me recordo agora, como exemplo de garra e perseverança na luta pela vida, daquele jovem de sorriso e rosto radiantes de alegria, sempre eufórico e cheio de vida, que segue vencendo grandes desafios como nadar e surfar, mesmo sem possuir os membros inferiores e superiores.

Envelhecer é sim um privilégio e não um fardo. E essa fase só terá valor àqueles que se conscientizarem disso e seguirem a vida com prazer, alegria e Deus no coração.

(*) Wilson Aquino é jornalista e professor.

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