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Graus preocupantes

Por Gilberto Verardo (*) | 13/11/2023 13:30

Com dois graus centígrados acima da temperatura média, considerada o limite do limite pelo Painel Intergovernamental sobre as mudanças climáticas, e estando a caminho para isso, devido a falta de consenso dos governantes globais, algumas observações devem ser feitas, mesmo já sendo do conhecimento geral.

A terra é envolta por camadas de gases, que a protegem da luz excessiva. Nesse sentido a vida no nosso planeta foi se adaptando a um ciclo de temperaturas previsíveis no decorrer das quatro estações do ano, adquirindo certa previsibilidade nas mudanças térmicas. Nesta previsibilidade, o homem adaptou-se biologicamente, já que nossas células possuem plasticidade, ou seja, capacidade de adaptação e multiplicação. Contando com inteligência e criatividade, a sobrevivência tornou-se sucesso, gerando alimentos, defesas tecnológicas e muita eficiência na manutenção da sobrevivência. Como a regra de que todo excesso pode gerar lucro, a humanidade desenvolveu sua economia de mercado. Por outro lado aumentou a chama da ganância.

O mundo natural, antes parceiro coadjuvante, passou ao papel de provedor das ações da sobrevivência humana desenhada no modelo do capitalismo. Agora, no século XXI, esta à beira da exaustão.

Deixando os resíduos sólidos descartados pelo consumo, vamos nos ater aos resíduos atmosféricos: os gases de efeito estufa. No entanto, a quantidade destes gases é que é o "x" da questão climática. A geração acima do tolerável de tais gases fez aumentar o nível de intolerância da nossa atmosfera. O equilíbrio foi rompido.

 Um grau e meio acima do tolerável na nossa atmosfera, gerou a expectativa de um aquecimento global progressivo. Talvez nem tanto em aumento de temperatura em si, mas pelas consequências que estão causando no nosso ambiente de vida.

Cientistas dizem que estamos no período de adaptação, caminhando para uma cultura de sobrevivência mitigatória, obrigando o organismo humano a lançar mão de todos os mecanismos de adaptação biológica que dispuser. Isso inclui também todas as outras formas de vida.  Nesse sentido, os mais fracos ou de menor carga imunológica são os primeiros a comprometer sua vida. Afetando todo o ciclo de adaptação e convivência entre homem e natureza, o elo foi quebrado. Agora é a luta dos mais fortes, dos mais resilientes contra a estabilidade climática perdida na sociedade de consumo irracional.

Tempo mais quente e seco significa menor umidade relativa do ar. Ambiente ideal para as partículas ou íons positivos e negativos estarem mais próximos de corpos estáveis, como o humano. Isso, por outro lado, se traduz em aumento do campo eletromagnético do corpo, levando, é claro, ao aumento de energias e a consequente tensão gerada. O corpo humano está quase parecido com uma rede de alta-tensão. Na tensão gerada pelos afazeres do cotidiano, aprendemos a domesticar. Mas, agora é diferente, requerendo conceitos e abordagens diferentes. Uma mudança paradigmática mesmo.

A explosão dos distúrbios nascidos no excesso de tensão mundo afora é inquestionável. As explicações e medidas adotadas para minimiza-las, têm sido em vão, pois não mais o homem individual é o causador de seus próprios humores, mas também  o modelo social, com quatro séculos de existência, assentado na mágica obsessão de consumo. Comprometeu o equilíbrio do seu ambiente natural e social.

Este artigo foi publicado no dia 31 de março de 2019. Resolvemos republica-lo. O objetivo: chamar a atenção dos governantes. Suas posturas  negacionistas à respeito do processo de aquecimento global e suas consequências, em muito contribuiu para não se adotar medidas preventivas, as quais poderiam ter salvo milhares de vida. Senão milhões. Talvez estivessem imitando o Judiciário: só agir se provocado.  Que coisa hein?

(*) Gilberto Verardo é psicólogo humanista.

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